domingo, 27 de novembro de 2016

Fidel Castro, Zé do Crato e outros

Cuba não tem mais Fidel, mas nenhuma criança ali pede esmolas ou dorme nas ruas, mesmo convivendo com o mais longo boicote internacional americano que perdura sobre a pequena e corajosa ilha caribenha. 
Não quero aqui falar de Fidel, cuja vida e velório recente impressionaram o mundo. Falar, sim, de dois sujeitos, um deles ditador e perguntar se alguém iria a seus velórios?

O brigadeiro Macedo do Crato foi um homem extraordinário. Foi o primeiro Comandante da Base Aérea de Fortaleza e, se não fosse sua coragem, a Aldeota e o Mucuripe seriam um campo de aviação com pista em T iniciando no atual Colégio Militar.

De fato, diante da recusa do brigadeiro em instalar o campo de comando aeronáutico americano na Aldeota, o comandante gringo o interpelou: você está me impedindo de construir um dos maiores campos de aviação da América Latina. E a resposta: estou defendendo a mais linda capital do Nordeste.

Macedo inaugurou inúmeros campos de aviação no Brasil; bombardeou os remanescentes do Caldeirão na Serra do Araripe; combateu Lampião no Raso da Catarina e, por fim, foi fabricar cachaça no Crato onde lá o ditador Castelo Branco lhe indagou o que andava fazendo no Crato. Pois bem, o brigadeiro Macedo, chamado ali de Zé do Crato, respondeu a Castelo:  "Fabrico cachaça pra dar emprego a poliça, juiz e advogado."

Em 1992, Zé do Crato já é morto, mas antes falece um monsenhor querido do Cariri e um dos que se juntavam à multidão que assistia à missa de corpo presente diz prum inimigo ferrenho de Zé do Crato que estava ao lado: "Quando o Brigadeiro Macedo morrer, vai ter gente assim como agora no enterro dele? A resposta veio raivosa: "Só se for pra enterrá-lo vivo".

Nada de comparações, porque a distância incomensurável entre os dois homens não permite. Mas, me vem à pergunta que ora faço: "E se o usurpador da presidência do Brasil morresse, iria ter muita gente presente à cerimônia?

George Alberto de Aguiar Coelho

Fidel Castro

Vivi uma época em que elogiar o grande líder da revolução cubana significava cadeia certa. A época de hoje promete repetir a passada, apenas os ditadores coevos são bem mais medíocres que há 50 anos e entreguistas de fazer dó, enquanto os militares de 1964 eram nacionalistas, embora nem de longe como o ditador Fidel foi.
Cuba não tem mais Fidel, mas nenhuma criança ali pede esmolas ou dorme nas ruas, mesmo convivendo com o mais longo boicote internacional americano, que perdura sobre a pequena e corajosa ilha caribenha.

George Coelho

domingo, 6 de novembro de 2016

O Brasil na vala a jato

Deixou de ser arretado,
Foi ao chão, escambichado,
Da primavera de pato.
Falar disso é muito chato,
Mas o Brasil soberano
Não passou de um engano.
O Brasil do SUS gigante
Sucumbiu num só instante,
Doente, febril, sem plano.

George Coelho