segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Cuba e o Ébola - Tradução de um texto de Adam Taylor

Se é uma das coisas que me admira na imprensa americana é a honestidade intelectual dos seus jornalistas, pelo menos uma boa parte deles, porque evidentemente a mídia sempre tem lado. Digo isto, a propósito de reportagem de um  dos principais jornais do pais que faz o mais longo bloqueio que se tem noticia na história - pelo menos que eu saiba -  comercial, técnico e científico (EUA) a um outro país (Cuba) Contudo, o jornalista reconhece a excepcionalidade do trabalho da medicina cubana, especialmente no caso presente da epidemia do Ébola. E mais: dá um puxão de orelhas em grandes da economia. Pra começar o próprio título: "Na resposta médica ao Ébola, Cuba faz muito mais do que indicaria seu peso no mundo."


Tentei, com a grande ajuda do Google Tradutor, traduzir o texto do jornalista Adam Taylor que escreve sobre assuntos externos para o Washington Post. Originalmente de Londres, Adam estudou na Universidade de Manchester e da Universidade de Columbia.


“Enquanto a comunidade internacional é acusada de morosidade na crise do Ébola, Cuba, um país de apenas 11 milhões de pessoas que sofre restrições imensas por parte dos Estados Unidos, surge como um grande fornecedor de perícia médica às nações da África Ocidental atingidas pelo Ebola.


Na quinta-feira, 165 profissionais de saúde do país chegaram em Freetown, Serra Leoa, para se juntar à luta contra o Ebola. Trata-se da maior equipe médica de uma única nação estrangeira, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Depois de ser treinado para lidar com Ebola, mais 296 médicos e enfermeiros cubanos irão para a Libéria e a Guiné, os outros dois países mais atingidos pela crise.


Cuba não é um país rico. Seu Produto Interno Bruto (PIB) de pouco mais de 68.000 milhões dólares em 2011, segundo o Banco Mundial, coloca-o no nível de alguns lugares como Bielorússia. Com 6.051 dólares, o PIB cubano per capita é inferior a um sexto do da Grã-Bretanha. No entanto, sua resposta oficial ao Ébola parece muito mais robusta do que muitos países ricos - e serve como mais uma prova de que os profissionais de saúde pesam muito mais do que rum e charutos, em termos de exportações cubanas.


O sistema de saúde universal de Cuba permite essa exportação. O país nacionalizou sua saúde logo após a sua revolução, acabando com cuidados de saúde privados e garantiu cuidados de saúde gratuitos na sua constituição. Os resultados têm sido amplamente elogiados. Em 2008, avaliando 30 anos de de Cuba no artigo "cuidados de saúde primário na revoluçãs", o Boletim da Organização Mundial de Saúde aponta para avanços impressionantes que o país tinha feito em alguns indicadores de saúde. "Estes indicadores - que são próximos ou iguais aos dos países desenvolvidos - falam por si", Gail Reed observou, apontando para uma enorme redução no número de mortes de crianças menores de cinco anos de idade e alta expectativa de vida de Cuba de 77 anos.


O sucesso na saúde de Cuba é construído em cima de sua formação médica. Após a revolução cubana, a metade dos 6.000 médicos do país fugiram e o país foi forçado a reconstruir sua força de trabalho. O sistema de formação cresceu tanto que, em 2008, ele treinava 20.000 estrangeiros por ano para serem médicos, enfermeiros e dentistas, em grande parte, de forma gratuita.


O Ebola não é o primeiro caso em que os trabalhadores da saúde cubanos foram enviados para lidar com um desastre global. Já em 1960, imediatamente depois da revolução, Cuba enviou médicos para o Chile para ajudar no rescaldo de um terremoto devastador, e a prática continuou por décadas subsequentes. Em 2005, Cuba até se ofereceu para enviar equipes médicas para os Estados Unidos após o furacão Katrina em 2005 (sua oferta foi então rejeitada).


A Reuters informa que Cuba tem atualmente cerca de 50.000 trabalhadores de saúde que trabalham em 66 países. Apesar do alto perfil atos de caridade, a diplomacia médica com mais frequência parecia servir a propósitos mais práticos - cerca de 30.000 trabalhadores da saúde estão atualmente na Venezuela como um pagamento parcial de petróleo, por exemplo. A exportação de trabalho médico está previsto para render à Cuba 8.200 milhões dólares em 2014, de acordo com um relatório recente no jornal estatal Granma. Há esperança de que o turismo médico e tecnologia médica exportada poderiam um dia fornecer números semelhantes.


Não é um simples instantåneo tal situação. Os críticos se queixam de que Cuba começou a sacrificara saúde de seus cidadãos em casa para ganhar dinheiro enviando equipes médicas no exterior, e que as condições para estes trabalhadores médicos em si também, tem sido criticadas. O Los Angeles Times informou no início deste ano que um número significativo de trabalhadores de saúde na Venezuela fugiram do país para escapar de excessiva cargas de trabalho.


Mesmo assim, a grande resposta de Cuba ao Ébola parece ter posto de lado essas críticas, pelo menos por hora. O número de pessoal médico cubano em Serra Leoa, Libéria e Guiné parece destinada a ser mais do que os enviados por países gigantes como a China. Israel, um país rico com uma população semelhante, causou polêmica nesta semana, quando o ministro da Defesa, rejeitou os pedidos para enviar equipes médicas para países atingidos pelo Ebola, embora o Ministério das Relações Exteriores, desde aí, anunciara que iria, de fato, enviar equipes médicas.


O dinheiro e os materiais são importantes, mas essas duas coisas não podem parar a transmissão do vírus Ebola. A Dra. Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, disse no mês passado. "Os recursos humanos são claramente nossa necessidade mais importante."

Fonte:
http://www.washingtonpost.com/blogs/worldviews/wp/2014/10/04/in-the-medical-response-to-ebola-cuba-is-punching-far-above-its-weight/





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