segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dia Nacional da Caatinga - 28 de Abril


Hoje 28 de Abril é o dia da Caatinga. A Caatinga é um bioma genuinamente brasileiro presente em 11% do território nacional com uma população de 27 milhões de pessoas. Encontra-se nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas.

Pra lembrar o dia da Caatinga, transcrevo passagem do maravilhoso livro Os Sertões de Euclides da Cunha: As caatingas. 
George Alberto

Fonte e leitura adicional:
http://www.codevasf.gov.br/noticias/2014/dia-nacional-da-caatinga-codevasf-investe-na-preservacao-do-bioma


Caatinga no inverno piauiense. Foto: George Alberto

As caatingas
      Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.
      Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas.
      Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante . . .
      Embora esta não tenha as espécies reduzidas dos desertos - mimosas tolhiças ou eufórbias ásperas sobre o tapete das gramíneas murchas - e se afigure farta de vegetais distintos, as suas árvores, vistas em conjunto, semelham uma só família de poucos gêneros, quase reduzida a uma espécie invariável, divergindo apenas no tamanho, tendo todas a mesma conformação, a mesma aparência de vegetais morrendo, quase sem troncos, em esgalhos logo ao irromper do chão. É que por um efeito explicável de adaptação às condições estreitas do meio ingrato, evolvendo penosamente em círculos estreitos, aquelas mesmo que tanto se diversificam nas matas ali se talham por um molde único. Transmudam-se, e em lenta metamorfose vão tendendo para limitadíssimo número de tipos caracterizados pelos atributos dos que possuem maior capacidade de resistência.
      Esta impõe-se, tenaz e inflexível.
      A luta pela vida, que nas florestas se traduz como uma tendência irreprimível para a luz, desatando-se os arbustos em cipós, elásticos, distensos, fugindo ao afogado das sombras e alteando-se presos mais aos raios do Sol do que aos troncos seculares de ali, de todo oposta, é mais obscura, é mais original, é mais comovedora. O Sol é o inimigo que é forçoso evitar, iludir ou combater. E evitando-o pressente-se de algum modo, como o indicaremos adiante, a inumação da flora moribunda, enterrando-se os caules pelo solo. Mas como este, por seu turno, é áspero e duro, exsicado pelas drenagens dos pendores ou esterilizado pela sucção dos estratos completando as insolações, entre dois meios desfavoráveis - espaços candentes e terrenos agros -as plantas mais robustas trazem no aspecto anormalíssimo, impressos, todos os estigmas desta batalha surda.
      As leguminosas, altaneiras noutros lugares, ali se tornam anãs. Ao mesmo tempo ampliam o âmbito das frondes, alargando a superfície de contato com o ar, para a absorção dos escassos elementos nele difundidos. Atrofiam as raízes mestras batendo contra o subsolo impenetrável e substituem-nas pela expansão irradiante das radículas secundárias, ganglionando-as em tubérculos túmidos de seiva. Amiúdam as folhas. Fitam-nas rijamente, duras como cisalhas, à ponta dos galhos para diminuírem o campo da insolação. Revestem de um indumento protetor os frutos, rígidos, às vezes, como estróbilos. Dão-lhes na deiscência perfeita com que as vagens se abrem, estalando como se houvessem molas de aço, admiráveis aparelhos para propagação das sementes, espalhando-as profusamente pelo chão. E têm, todas, sem excetuar uma única, no perfume suavíssimo das flores , anteparos intácteis que nas noites frias sobre elas se alevantam e se arqueiam obstando a que sofram de chofre as quedas de temperatura, tendas invisíveis e encantadoras, resguardando-as...
      Assim disposta, a árvore aparelha-se para reagir contra o regímen bruto.
      Ajusta-se sobre os sertões o cautério das secas; esterilizam-se os ares urentes; empedra-se o chão, gretando, recrestado; ruge o nordeste nos ermos; e, como um cilício dilacerador, a caatinga estende sobre a terra as ramagens de espinhos... Mas, reduzidas todas as funções, a planta, estivando, em vida latente, alimenta-se das reservas que armazena nas quadras remansadas e rompe os estios, pronta a transfigurar-se entre os deslumbramentos da primavera.
      Algumas, em terrenos mais favoráveis, iludem ainda melhor as intempéries, em disposição singularíssima.
      Vêem-se numerosos aglomerados em capões ou salpintando, isolados, as macegas, arbúsculos de pouco mais de metro de alto, de largas folhas espessas e luzidias, exuberando floração ridente em meio da desolação geral. São os cajueiros anões, os típicos anacardia humilis das chapadas áridas, os cajuís dos indígenas. Estes vegetais estranhos, quando ablaqueados em roda, mostram raízes que se entranham a surpreendente profundura. Não há desenraizá-los. O eixo descendente aumenta-lhes maior à medida que se escava. Por fim se nota que ele vai repartindo-se em divisões dicotômicas. Progride pela terra dentro até a um caule único e vigoroso, embaixo.
      Não são raízes, são galhos. E os pequeninos arbúsculos, esparsos, ou repontando em tufos, abrangendo às vezes largas áreas, uma árvore única e enorme, inteiramente soterrada.
      Espancado pelas canículas, fustigado dos sóis, roído dos enxurros, torturado pelos ventos, o vegetal parece derrear-se aos embates desses elementos antagônicos e abroquelar-se daquele modo, invisível, no solo sobre que alevanta apenas os mais altos renovos da fronde majestosa.
      Outros, sem esta conformação, se aparelham de outra sorte.
      As águas que fogem no volver selvagem das torrentes, ou entre as camadas inclinadas dos xistos, ficam retidas, longo tempo, nas espatas das bromélias, aviventando-as. No pino dos verões, um pé de macambira é para o matuto sequioso um copo d'água cristalina e pura. Os caroás verdoengos, de flores triunfais e altas; os gravatás e ananases bravos, trançados em touceiras impenetráveis, copiam-lhe a mesma forma, adrede feita àquelas paragens estéreis. As suas folhas ensiformes, lisas e lustrosas, como as da maioria dos vegetais sertanejos, facilitam a condensação dos vapores escassos trazidos pelos ventos, por maneira a debelar-se o perigo máximo à vida vegetativa, resultante de larga evaporação pelas folhas, esgotando e vencendo a absorção pelas radículas.
      Sucedem-se outros, diversamente apercebidos, sob novos aprestos, mas igualmente resistentes.
      As nopaleas e cactus, nativas em toda a parte, entram na categoria das fontes vegetais, de Saint-Hilaire. Tipos clássicos da flora desértica, mais resistentes que os demais, quando decaem a seu lado, fulminadas, as árvores todas, persistem inalteráveis ou mais vívidos talvez. Afeiçoaram-se aos regímens bárbaros; repelem os climas benignos em que estiolam e definham. Ao passo que o ambiente em fogo dos desertos parece estimular melhor a circulação da seiva entre os seus cladódios túmidos.
      As favelas, anônimas ainda na ciência - ignoradas dos sábios, conhecidas demais pelos tabaréus -talvez um futuro gênero cauterium das leguminosas, têm, nas folhas de células alongadas em vilosidades, notáveis aprestos de condensação, absorção e defesa. Por um lado, a sua epiderme ao resfriar-se, à noite, muito abaixo da temperatura do ar, provoca, a despeito da secura deste, breves precipitações de orvalho; por outro, a mão, que a toca, toca uma chapa incandescente de ardência inaturável.
      Ora, quando ao revés das anteriores as espécies não se mostram tão bem armadas para a reação vitoriosa, observam-se dispositivos porventura mais interessantes: unem-se, intimamente abraçadas, transmudando-se em plantas sociais. Não podendo revidar isoladas, disciplinam-se, congregam-se, arregimentam-se. São deste número todas as cesalpinas e as catingueiras, constituindo, nos trechos em que aparecem, sessenta por cento das caatingas; os alecrins-dos-tabuleiros, e os canudos-de-pito, heliotrópios arbustivos de caule oco, pintalgado de branco e flores em espiga, destinados a emprestar o nome ao mais lendário dos vilarejos...
      Não estão no quadro das plantas sociais brasileiras, de Humboldt, e é possível que as primeiras vicejem, noutros climas, isoladas. Ali se associam. E, estreitamente solidárias as suas raízes, no subsolo, em apertada trama, retém as águas, retêm as terras que se desagregam, e formam, ao cabo, num longo esforço, o solo arável em que nascem, vencendo, pela capilaridade do inextricável tecido de radículas enredadas em malhas numerosas, a sucção insaciável dos estratos e das areias. E vivem. Vivem é o termo - porque há, no fato, um traço superior à passividade da evolução vegetativa...

Euclides da Cunha





sábado, 26 de abril de 2014

Abelhas africanizadas não acabam as jandairas

Abelhas do Sabugi,
O blog do Seu Isaac,
Deu uma dica bem sábia
Que eu exponho aqui

As abelhas jandairas
Correm risco de extinção
Culpam as africanas
Por essa devastação

As africanas, contudo
Não tem culpa no cartório
Convivem com as jandaíras
Sem causar qualquer imbróglio

O culpado na estória
A gente vê é no mato
“Destroço na natureza”
Taí a culpa do fato.

George Alberto de Aguiar Coelho
21/11/2012

Fonte:


Marco Civil da Internet no Brasil

Porém a "UDN" não acha que é bem assim, não; que a gente tem de dar satisfação ao nosso chefe, Mr. Obama; que esse marco é um absurdo porque torna ilegal parte da xeretagem gringa em informações de brasileiros. E tem mais de dizer que exemplo de incompetência, subalternia e fuleirocracia entre os plumados é o que mais abunda por via de meter o bico deles em coisa que não entendem patavina.

Para Tim Berners-Lee, caso aprove a nova lei, o Brasil desempenhará papel de liderança no mundo, estabelecendo regras claras para o uso da internet
O GLOBO

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Chora UDN!

Por que a "UDN" plumada e bicuda em vez de incrementar a indústria naval e de plataformas nada fez quando podia tudo? Diziam: o Brasil não é capaz disso. Temos de comprar lá fora. E assim procediam. E o Brasil quebrou naquelas tenebrosas eras desapossado de seus bens pela privataria.
George Alberto
"No ano passado, a construção naval brasileira entregou volume recorde de navios e plataformas de petróleo. Foram sete plataformas de produção, dois navios petroleiros de grande porte, 21 navios de apoio marítimo, dez rebocadores portuários e 44 barcaças de transporte", destacou a presidente. De acordo com ela, em 2014 estão em construção ou contratados para serem construídas 18 plataformas, 28 sondas de perfuração e 43 navios-tanque."
Dilma disse ainda que "muitas empresas estrangeiras" estão vindo se instalar no País para produzir peças e equipamentos para a exploração da camada pré-sal. De acordo com ela, serão necessários 88 navios, 198 barcos de apoio e 28 sondas de perfuração até 2020.
Dilma diz que Petrobrás fez indústria naval brasileira 'renascer'. As declarações da presidente sobre a estatal são feitas em meio às polêmicas sobre a compra da refinaria de Pasadena. Veja mais em http://oesta.do/RFv4p9
Foto: André Dusek/ Estadão

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ainda: O Petróleo é Nosso

Brasil será um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
A notícia é de novembro de 2013 - e é da Globo - mas aponta o que se via antes e se vê hoje no Brasil. O porquê dessa campanha contra a Petrobrás. Enfraquecer a empresa pra loteá-la a preço de banana. Luta-se contra o Petróleo é Nosso desde Getúlio Vargas que pagou com a vida o golpe que queriam lhe dar os udenistas chefiados por Carlos Lacerda, cujos sucessores deste é fácil conhecer hoje em dia. São os mesmos que queriam transformar a empresa maior brasileira em marca de cera de carro na época em que um genro de FHC tinha a chefia da Agência Nacional de Petróleo. Nas mesmas eras em que afundou fragorosamente a plataforma P 31, inclusive com preciosas vidas perdidas, num acidente até hoje muito do mal explicado. A raiva dos que querem botar a mão no petróleo brasileiro se açulou com o novo modelo de partilha, que substituiu as concessões sem futuro dum passado até recente. Na partilha, o petróleo é da União e não das petroleiras. Não se brinca com o truste das grandes petroleiras sem que venha de lá retaliação pesada. George.

Mote:

Prazeres da carne

O nome carnaval já diz tudo: prazeres da carne. E o pecado vem de longe. Dizem que da Grécia dos anos 600, 520 AC. Mas se a festa de hoje tem uma culpada, ela se chama igreja católica. O Carnaval serviu pruma despedida da carne nos 40 dias de penitência da Quaresma, iniciada pela Quarta-Feira de Cinzas. Lembro-me, menino em Piracuruca-PI, com os braços passados cinzas na igreja matriz de lá. O sentimento que tinha era de pecado, sem saber o que era pecado. Coisa mais sem noção. Nem hoje aprendi o que é. O carnaval inicialmente tinha 3 dias. Porém, a gente daqui achou pouco e começou a esculhambação já na sexta-feira. Antes, no carnaval, dominavam as marchas e era oportunidade de se ver nascer música boa. Depois, vieram os baianos e dominaram o pedaço com percussão arretada de tambor. E surgiram as micaretas das capitais. Das quais a de Fortaleza criava um inferno pros habitantes da Beira Mar. Saíram de lá e foram azucrinar os ouvidos dos moradores que vivem próximos a Cidade 2000, arredores da avenida que vai pra Praia do Futuro. E micareta é o que não falta pros grupos baianos, chicleteiros ou não. O último que vi mais de perto foi no ano passado, quando passava por Sobral. Um calor dos infernos, igual a todo carnaval. Se o Brasil fizesse foguete, trem-bala, tatuzão, navio etc. com a mesma disciplina, gosto, coordenação que faz andar um carro de alegoria carnavalesca, seríamos o primeiro do mundo. E onde vem a estória do índio de Debret? Será carnaval também? Terá vindo dos franceses? Eh Eh Eh Índio quer apito, se não der pau vai comer.

Mote:

O Discurso de Gabo na Academia Sueca

A violência é do homem, civilizado ou não. E quem são os civilizados? São os que patrocinam regimes despóticos e ditaduras sanguinárias pela América Latina e por todo o mundo à custa de guerras sem fim pra tirarem proveitos de riquezas naturais destes povos?
George Alberto.



"La interpretación de nuestra realidad con esquemas ajenos sólo contribuye a hacernos cada vez más desconocidos, cada vez menos libres, cada vez más solitarios. Tal vez la Europa venerable sería más comprensiva si tratara de vernos en su propio pasado. Si recordara que Londres necesitó 300 años para construir su primera muralla y otros 300 para tener un obispo, que Roma se debatió en las tinieblas de incertidumbre durante 20 siglos antes de que un rey etrusco la implantara en la historia, y que aún en el siglo XVI los pacíficos suizos de hoy, que nos deleitan con sus quesos mansos y sus relojes impávidos, ensangrentaron a Europa con soldados de fortuna. Aún en el apogeo del Renacimiento, 12 mil lansquenetes a sueldo de los ejércitos imperiales saquearon y devastaron a Roma, y pasaron a cuchillo a ocho mil de sus habitantes."

Fonte:



La soledad de América Latina
cultura.elpais.com
Discurso íntegro que Gabriel García Márquez dio en Estocolmo al...

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Já vai tarde, gringo besta!

Aproveita, gringo besta, tua fuga e, de quebra, visita o Qatar, ditadura escravagista de família real, aliada às grandes empresas petrolíferas americanas e que transporta merda de turista de hotel em caminhão. Pois bem, lá no Qatar, Seu Gringo, já morreram, apenas na construção das obras da Copa de 2022, 1200 escravos, digo trabalhadores da construção civil. Estimativas levam a 4000 pessoas que morrerão preparando a Copa do Mundo de 2022 no Qatar. Fora o número de mulheres estupradas com a conivência da justiça dos xeiques. E todo mundo acha chique visitar o Qatar, dormir em hotel sem saneamento nenhum e ilha de areia implantada em forma de mapa que o mar logo, logo vai levar e eu acho é bom. E muita gente acha chique detonar o Brasil. Por quê? Vai ver tão de olho no pré-sal. Prefeririam uma ditadura como a do Qatar no Brasil. Truste adora ditadura quando democracia não entra inteiro na conversa deles.

George Alberto

Mote:
Secretário de Turismo classifica como "criminoso" texto de jornalista dinamarquês. Entenda: http://bit.ly/1eSIhj9

Leia mais:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/19/denuncias-apontam-12-mil-mortes-na-preparacao-para-a-copa-no-qatar.htm

Morreu Gabo, Cem Anos de Solidão

Photo : MUERE EL ESCRITOR GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ
Las letras han perdido a uno de sus grandes exponentes. El escritor colombiano Gabriel García Márquez ha muerto en México a los 87 años.

Ampliaremos esta noticia en breve.

85.000 filmes históricos agora disponíveis no Youtube.

Thousands of hours of historical footage showing major events, celebrities and simple day-to-day life from 1896 until 1976 has...
THE TELEGRAPH

quarta-feira, 16 de abril de 2014

No tempo do BEC

No tempo do BEC, prédios em construção ao longo da Avenida Santana Júnior próximo à Avenida Antonio Sales, em Fortaleza. Tempo em que não se pensava em viadutos do Cocó.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Homo homini lupus

Eita vida dura, mas interessante, a dos primitivos, nossos ancestrais da África. Talvez viva-se o mesmo nos dias de hoje, apenas a briga não é com os animais que eles já se deram por vencidos. A luta, o último espetáculo, é entre gente contra gente. Uma guerra incessante e a cada dia mais brutal. Cada um mede a altura do vizinho e vê se dá pra encarar o embate. Homo homini lupus (O homem é o lobo do homem) cutucava, na sua inglesia filosofal, Thomas Hobbes. 
George Alberto

Mote:
https://www.facebook.com/photo.php?v=782462288432401&set=vb.317732034905431&type=2&theater

sábado, 12 de abril de 2014

Rodízio d´água?

Seu Alckmim, desculpe a ignorância, mas essa palavra rodízio de água  eu não tou entendendo, não. Com rodízio d´água não vai ter de se beber água com sobejo, igual ao que eu via menino no Piauí catando água em caneca de alumínio emborcado em um casal de potes assentados numa cantareira de madeira, não? 

Cantareira, Seu Alckmim, o senhor não gosta do nome, é? Mas o buraco da Cantareira, feito ali por alguma alma caridosa que deixou escondido pras emergências de desprevenidos, é que tá salvando Sum Paulo, homem de Deus. Seu Alckmim e tão dando notícia que o partido do Senhor, os tucanos, em 20 anos de governo não fez um reservatório dágua confiando em nuvem grátis carreada da Amazônia todo ano? Um dia isso falha, rapaz!

Nenhum só buraco, Seu Alckmim. Um buraco d´água como o escondido da Cantareira, às vezes arresolve as coisas, mah! Ah, tucano só é chegado a buraco de metrô? Mas aí vai ter de fazer o tal rodízio d´água e vai ter muita roupa suja andando no desconforme nos metrôs de Sum Paulo. Não vai cheirar bem, não, Seu Alckmim. 

Rodízio dágua! O Senhor é criativo, Seu Alckmim, mas rodízio d´água não dá ideia de que o sujeito um dia vai ter de tomar banho e lavar roupa no vizinho; e no dia seguinte  o vizinho vai cobrar a fatura tomando banho e lavando a roupa no primeiro e vice-versa e versa-vice? Rodízio, só me lembra churrasco, pizza... Seu Alckmim, a falta d água vai acabar em pizza não, né?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O frevo e o pagode russo

Acusa-se Debret de plágio. Não sei se se considerava assim na época. Mas dizem que Debret, no Brasil, conheceu pouco mais mais do que o Rio de Janeiro. Alguns quadros seriam baseados em descrições de viajantes. Quando Debret retornou à França (1831), pretendia obter dinheiro com a venda de sua obra "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839)". Nesta, pode ter usado imagens de obras de museus da França. 

A obra 'Dance de Sauvages de la Mission de S. José' (1830)" seria cópia de um desenho, quase de mesmo nome, sobre índios americanos do barão Georg Heinrich von Langsdorff, um russo que primeiro fez missão científica no Brasil. Esse era um danado pra viajar, colecionar espécies e fazer anotações. O navio russo em que veio pela primeira vez ao Brasil passou por Recife e marinheiros russos ensinaram a pernambucanos a dançar a dança de lá. 

Depois o mesmo navio ficou uns tempos parado em Santa Catarina pra conserto de velame e o Gregory Ivanovitch=Georg Heinrich aproveitou pra incursionar no mato. Depois, Gregory retornou à Rússia e, após idas e vindas ao Brasil, conseguiu recursos com o imperador Alexandre I pruma expedição do rio Tietê, em São Paulo, até Belém, entrando por Mato Grosso de Brasil a dentro. A expedição durou de 1821 até 1829 e percorreu 12.000 km do território brasileiro. Devido à insalubridade dos caminhos percorridos pela expedição, o barão russo Gregory adoeceu de falta de memória etc. A seguir, a memória parece ter retornado e publicou obra que ficou perdida na Rússia até ser encontrada em 1930. 

De tal maneira que diante das aventuras do Barão no Brasil, desconfio que os índios da pintura provavelmente dançavam outra coisa que não o carnaval. E também que Luiz Gonzaga, pra compor "Pagode Russo", tenha se inspirado, consciente ou não, na dança dos viajantes russos do Barão em Recife. E também que o frevo do carnaval pernambucano pode até ser tido sua origem no pagode russo dos marinheiros do navio que transportou pra cá o Barão. 

Fontes:
http://portuguese.ruvr.ru/radio_broadcast/90474451/97579848.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Heinrich_von_Langsdorff 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret

http://www.youtube.com/watch?v=m5u31UY9oUM

Os 67 fodões

67 pessoas no mundo detêm o tanto de riqueza que a metade da gente do planeta. Como a população mundial está em torno de 7 bilhões de pessoas, então os 67 têm a riqueza de 3,5 bilhões de outros entes humanos. Ou seja, cada uma dessas almas afortunadas vale igual a 52 238 806 das outras almas penadas. Quem entra no lero do capitalismo da mão invisível explica logo, seguinte: isso é competição justa; uma delas é, por exemplo, 52 milhões de vezes mais inteligente, ou mais trabalhadora, ou mais esperta do que as outras. É coisa da mão invisível e justa do Adam Smith.

E a situação tá piorando. Em 2013, segundo o link abaixo, a proporção era de 85 para os mesmos 3,5 bi de gente. O FMI e o Banco Mundial dizem que se preocupam com as cifras. He! he! he! Me engana que eu gosto! Ora, ora, gente boa! Os dois órgãos são os maiores sustentáculos da mega-plutocracia mundial e sua estrutura de poder; são os guardiões dos orçamentos ortodoxos famélicos pra saúde, educação etc. Coisas pro povão? degola. As políticas dessas instituições de redução da despesa pública, desalienação tributária pros grandes trustes, superávits primários pra distribuição de grana às parcas famílias que se lambuzam com o bolsa juros fodem qualquer país besta que siga suas receitas. 

Não é pra menos, pois quem as ditam, as receitas ortodoxas, são justamente as 68 pessoas, ou prepostos destas, que detêm riqueza equivalente aos 3,5 bi da metade de pessoas do planeta. A velha estória da raposa tomando conta das galinhas. E ainda espalham e muita gente repete a velha cantiga de grilo: bolsa-família é coisa de vagabundo! Fala sério, brother! Receber R$ 200,00, R$ 300,00 pelo estado de inanição é fazer papel de vagabundo? Ou são os verdadeiros vagabundos alguns dos 67 fodões da estorinha?
George Alberto

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Usinas do Madeira e Jirau

As duas usinas no Madeira, a meu ver, têm bons projetos ao contrário, por exemplo da Usina de Balbina feita no final da década de 80, governo Figueiredo. Comparando, Balbina com um lago de 2.360 Km²,só dá 250 megawatts. Um rotundo fracasso econômico e de engenharia, com danos ambientais enormes, até porque foram inundadas florestas sem se lhe retirarem as árvores. Dizem que até hoje se extrai árvore da mata inundada arrotando metano. Fica evidente, como é horrorosa esta Balbina, se a gente comparar com a usina de Tucuruí, por exemplo, também do mesmo governo Figueiredo, com 2.850 km2 de área de lago que dá 8.370 MW. 

Já as usinas de Santo Antônio e Girau, em Rondônia, são indiscutivelmente pelos números, um grande avanço. Não há como comparar as duas últimas com as primeiras. O projeto de turbinas bulbo aproveita a correnteza do rio Madeira. Santo Antonio vai gerar 3.580 MW, com reservatório de 271 km2. Jirau, 3.750 MW, com área de reservatório de 258 Km2. Estive bem próximo das duas usinas Santo Antônio e Jirau). Inundações provocadas pelos reservatórios em Rondônia? É lero do Evo Morales pra, naturalmente, obter indenização do Brasil, que é o papel dele mesmo, e sair bem na foto. 

George

terça-feira, 8 de abril de 2014

Não canse o cego amor de me guiar - Luís Vaz de Camões


Pois meus olhos não cansam de chorar
Tristezas não cansadas de cansar-me;
Pois não se abranda o fogo em que abrasar-me
Pôde quem eu jamais pude abrandar;

Não canse o cego Amor de me guiar
Donde nunca de lá possa tornar-me;
Nem deixe o mundo todo de escutar-me,
Enquanto a fraca voz me não deixar.

E se em montes, se em prados, e se em vales
Piedade mora alguma, algum amor
Em feras, plantas, aves, pedras, águas;

Ouçam a longa história de meus males,
E curem sua dor com minha dor;
Que grandes mágoas podem curar mágoas.

Luís Vaz de Camões

Desista de salvar o mundo

James Lovelock é o homem da teoria de Gaia - a Terra se comporta como um ser vivo. Sem meias palavras ele descasca: " Teremos que aprender a viver doutra maneira". A gente deve desistir de salvar o mundo das mudanças climáticas. O que se tem a fazer é nos adaptarmos às mudanças. A gente não tá com nada, nosso futuro é incerto. Violentos conflitos virão por escassez de alimentos nas próximas décadas. Um porrilhão de espécies se extinguirão. Soa bem falar em salvar o planeta, mas o que se quer mesmo é salvar a terra pra si e pras nações. Não se pensa em salvar Gaia, a terra como organismo vivo todo  interligado. A ideia de salvar o planeta é uma ideia tola do Norte, está muito além da nossa capacidade. Tem-se de adaptar às cidades às mudanças que virão.  Assim como outras espécies a nossa vida na terra é limitada. Quanto à geração das redes sociais. "Não consigo imaginar castigo mais severo do que ter minha mente, ainda relativamente clara, vencida por spams de vendedores ambulantes e as fofocas incessantes da Internet." Em sua entrevista recente, o Sr. Gaia arremete também contra uma facção do ecologismo por havê-lo convertido em uma religião. 
Fabuloso mundo novo em hecatombe. George.

Fontes:
http://www.elmundo.es/ciencia/2014/04/09/53443ac022601dc95b8b4584.html?cid=SMBOSO25301&s_kw=facebookCM

http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/10752606/We-should-give-up-trying-to-save-the-world-from-climate-change-says-James-Lovelock.html



The scientist and inventor James Lovelock claims we should stop trying to save the planet from global warming and instead retreat to climate...
THE TELEGRAPH