quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Erro de paralaxe

Dependendo do ângulo de visão, o observador vê coisas distintas. Em ciência se nomina isso de erro de paralaxe. Por exemplo, quando se vê a temperatura marcada por um termômetro de ângulos diferentes. Há sempre ângulos de visão distintos para um mesmo fato. Se me permitem, vou mostrar uma outra visão para encarar o Bolsa Família.

Em economia é cediço que os fatores de produção precisam ser remunerados. Três fatores de produção são básicos: capital, terra, trabalho. Ao detentor do capital (grana), se remunera com juros. Quem trabalha recebe salário. Quem tem a terra, aluguel. E ainda há o detentor de matéria prima que precisa ser remunerado pro equilíbrio do sistema econômico e por uma questão de justiça. Ora, uma nação pertence a seus habitantes. No Brasil, não deve ser diferente. O subsolo da nação é do país, portanto de seus habitantes. A matéria prima que vem do subsolo (minério), consequentemente é também de seus habitantes. Quando explorado, vendido ou exaurido o subsolo, que pertence à nação, os seus habitantes que são os donos dele, devem ou deveriam ser remunerados. Contudo, a matéria prima do sub-solo, minério, no Brasil é dada de graça (com exceção do regime recente de partilha do petróleo) ao seu explorador. Uma excrescência, porque nenhuma matéria prima se consegue gratuita, a não ser o ar.

Então que se não houvesse outro motivo, o simples fato de está sendo exaurido minério de ferro, nióbio (mineral que praticamente só o Brasil tem e essencial à indústria aero-espacial), manganês, que já levaram quase tudo; já justificaria a remuneração do bolsa-família. Porém, não essa miséria que o pobre recebe, carecia de ser valores que realmente dessem pra suprir suas necessidades básicas. E isso tudo deveria ser feito sem complexo de culpa nenhum, sem essa estória de que o bolsa-família cria dependentes. 

Por que não se diz que são dependentes a pequeníssima plutocracia que recebe os estratosféricos bolsa-juros sem dar um prego numa barra de sabão? Ora, se juros são a remuneração do capital e por isso seus detentores são remunerados; a terra é da nação e de seus habitantes e estes devem ser remunerados por quem tira suas exauríveis jazidas.

George Alberto 

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