domingo, 30 de junho de 2013

Criação de novos municípios: uma esculhambação institucionalizada


Avacalhação grossa é essa estória de emancipação de municípios no Brasil. Criam-se municípios sem a menor necessidade; a maioria sem condições de se manter com as próprias pernas. Então por que se faz isso? Simples, é pra gerar novas estruturas políticas que passarão a albergar prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, uma ruma de "aspones" (assessorias de porra nenhuma) e toda a sinecura desbragada mamadora dessas prefeituras do interior. Desmembrar municípios e estados deveria ser coisa proibida, ou pelo menos muito bem pensada e demonstrada nos prós e contras. Não é assim. E nada impede o vandalismo institucional da classe política de todas as cores que faz inchar desmesuradamente a emperradíssima máquina pública com essas cisões de municípios. E a edilidade do cacete se reproduz feito mosca. E os prefeitos babam de se apropriar do erário, sob às vistas e a complacência da Constituição Federal e de tribunais de contas de mentirinha. Constituição que, mesmo toda remendada como uma colcha de retalhos, é a menina dos olhos de muitos juristas de peso. E ainda dizem que a carta magna de hoje seria "imexível". Vôte!

Mote:

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1286199

Complexo de Vira-latas (Crônica de Nelson Rodrigues)

Hoje vou fazer do escrete o meu numeroso personagem da semana. Os jogadores já partiram e o Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética. Nas esquinas, nos botecos, por toda parte, há quem esbraveje: — “O Brasil não vai nem se classificar!”. E, aqui, eu pergunto: — não será esta atitude negativa o disfarce de um otimismo inconfesso e envergonhado? Eis a verdade, amigos: — desde 50 que o nosso futebol tem pudor de acreditar em si mesmo. A derrota frente aos uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação nacional que nada, absolutamente nada, pode curar. Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-de-cotovelo que nos ficou dos 2 x 1. E custa crer que um escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande. O tempo passou em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi ontem, e não há oito anos, que, aos berros, Obdulio arrancou, de nós, o título. Eu disse “arrancou” como poderia dizer: — “extraiu” de nós o título como se fosse um dente.

E, hoje, se negamos o escrete de 58, não tenhamos dúvida: — é ainda a frustração de 50 que funciona. Gostaríamos talvez de acreditar na seleção. Mas o que nos trava é o seguinte: — o pânico de uma nova e irremediável desilusão. E guardamos, para nós mesmos, qualquer esperança. Só imagino uma coisa: — se o Brasil vence na Suécia, se volta campeão do mundo! Ah, a fé que escondemos, a fé que negamos, rebentaria todas as comportas e 60 milhões de brasileiros iam acabar no hospício.

Mas vejamos: — o escrete brasileiro tem, realmente, possibilidades concretas? Eu poderia responder, simplesmente, “não”.  Mas eis a verdade: — eu acredito no brasileiro, e pior do que isso: — sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo. Tenho visto jogadores de outros países, inclusive os ex-fabulosos húngaros, que apanharam, aqui, do aspirante-enxertado do Flamengo. Pois bem: — não vi ninguém que se comparasse aos nossos. Fala-se num Puskas. Eu contra-argumento com um Ademir, um Didi, um Leônidas, um Jair, um Zizinho. 

A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: — temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “complexo de vira-latas”. Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?”. Eu explico. 

Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos? Porque, diante do quadro inglês, louro e sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo. Na já citada vergonha de 50, éramos superiores aos adversários. Além disso, levávamos a vantagem do empate. Pois bem: — e perdemos da maneira mais abjeta. Por um motivo muito simples: — porque Obdulio nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos.

Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia. Uma vez que ele se convença disso, ponham-no para correr em campo e ele precisará de dez para segurar, como o chinês da anedota. Insisto: — para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão. 

[Manchete Esportiva, 31/5/1958]
Crônica derradeira de Nelson Rodrigues antes do escrete brasileiro estrear na Copa de 1958

Fonte:
http://www.faroldoconhecimento.com.br/livros/Educa%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica/Metodologia%20do%20futebol%20e%20do%20futsal/%C3%80_Sombra_das_Chuteiras_Imortais_-_Cr%C3%B4nicas_de_Futebol_-_Nelson_Rodrigues.pdf

sábado, 29 de junho de 2013

Pelo fim do sigilo bancário e fiscal

Nas redes, vejo acusações várias contra pessoas diversas ligadas a partidos políticos. O time de azul, Squadra Azzurra,  posta uma mansão, que é uma universidade pública de agronomia em São Paulo, e diz que é do fulano, que a teria comprado de porteira fechada com todo gado zebuíno branco dentro; também posta um avião, parecido com um morcego, de última geração e diz que foi o último brinquedo adquirido pelo filho do cicrano que ambos voariam nele feito uns csares tupiniquins. O time de encarnado, La Roja, não faz por menos: posta a foto dum candidato a cargo alto, diz que teria afanado a Viúva em R$ 4,3 bilhões de reais da saúde e otras cositas más, que acusações brabas é o que não falta, nessa época de chutar o pau da barraca no Brasil de hoje. Mas fica só nisso. Tanto a acusação azurra como a roja não saem disso. Falta substância, faltam provas.

Quer saber, de verdade, quem é quem? É só acabar com o sigilo bancário e fiscal. Sigilo, marco da democracia? Uma ova. Sigilo foi coisa inventada por banqueiros da Suiça pra proteger chefões nazistas que se locupletavam em cima dos judeus durante a segunda guerra mundial. Até muito ouro arrancado de dente de judeu em campo de concentração era armazenado por marechais da SS em cofres de banqueiros suíços, protegidos por conta numerada, blindados pela invenção do sigilo bancário. E por conta do sigilo bancário/fiscal muito bandido não vai preso, porque quebrar o sigilo de uma pessoa legalmente só pode por autorização judicial. Quebrar o sigilo? A polícia não pode fazê-lo; o Ministério Público também não e nenhum outro órgão do estado. Somente o Juiz, baseado em pedido suportado por investigação substanciosa e restritamente feita. E, sabe como é, se a investigação não estiver de forma rigorosíssima dentro da lei, pode-se alegar ilegalidade, e aí toda a longa investigação policial, obtida com vultosos custos do erário, é dizer do povo, vai por águas abaixo. 

Saber se existe alguma falha na investigação policial? Ora, mas qual investigação policial não tem falhas? Falha é coisa natural, humana; uma investigação policial naturalmente reflete isso, sempre tem falhas. Mas se tais falhas comprometem o processo, tal decisão passa pelo aspecto subjetivo do Juiz. Se este não é neutro, e muitos não o são, corre-se o risco de entrarmos naquele dito "Aos inimigos, os rigores da lei."Assim penso ter acontecido com a Operação Satiagraha. O país assaltado de forma astronômica por meliantes do colarinho branco e a operação é descartada, simplesmente porque não se teria obedecido com rigor os trâmites legais. A forma (processo) se sobrepõe ao conteúdo (investigação), afogando-o na praia. Há sobre isso até uma bela teoria jurídica pra respaldar tal pensamento supostamente cartesiano, que me parece insossa: a teoria dos frutos podres. É assim: um fruto podre posto num cesto contamina os demais. Ora, ora! Com fulcro em tal teoria, ou melhor na lei, a bandidagem se aproveita, contrata especialistas jurídicos de renome e de peso, e passa a impugnar o trabalho do ministério público ou policial cozinhando o galo desmedidamente. E dentre estas impugnações, certamente a maior refere-se a quebra de sigilo bancário e/ou fiscal sem autorização judicial. 


Não estou aqui afazendo apologia da quebra do sigilo afrontando uma norma constitucional, não. Lei posta tem de ser respeitada, embora não se concorde com ela. Estou aqui é discutindo - e a discussão e exposição de ideias é um princípio de qualquer constituição democrática - os resultados nefastos que se alcançam com essa disposição constitucional que é aplaudida, diga-se de passagem, pela maioria dos juristas. Estou é querendo que se acabe com essa anomalia - pois a meu ver é contra o princípio da transparência - coisa criada, como disse antes, por banqueiros suíços na época dos nazistas para protegê-los. Imagino o custo extraordinário do erário público para manter tal disposição legal.

Assim, penso que o sigilo bancário e fiscal protege muito, mas muito mais mesmo, bandido do que gente de bem. Servidores públicos, por exemplo, têm suas contas abertas na internet. Vou chutar: 99% da população, se tiver algum dinheiro em banco, é só merreca. Então, emblematicamente, pra proteger a mufunfa dos 1% restantes, criou-se o sigilo bancário e fiscal. A bandidagem penhoradamente agradece.

Sigilo bancário e fiscal é legal, mas coisa nada justa com a sociedade.


George Alberto de Aguiar Coelho

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Façam uma nova constituição

A OAB, boa parte da classe política e mais gente importante posicionaram-se contra a convocação de uma assembleia constituinte para fazer a reforma política; mas sou da OAB; ela não me ouviu e penso a favor de uma constituinte sem limitações. Por quê? Porque a CF/1988, mesmo sendo feita por um congresso constituinte não exclusivo, ou seja, que continuou após o feitio da carta, não mais existe há muito tempo. Remendaram-na a torto e à "direita", pra atender aos interesses dos diversos lobbies que infestam o Congresso e intermedeiam verbas.

Já na época de FHC, aviltando a carta magna de 1988, quebrou-se o direito da nação ao petróleo explorado no Brasil. Resultado, as petroleiras extraem hoje o petróleo do subsolo, depois de estudos, muitos feitos pela Petrobrás e pagos em grande parte pelo erário público, e esse petróleo torna-se delas, exclusivamente delas. Dão uma merreca a título de royalties aos Estados. Merreca que não cobre os danos ao meio ambiente quando ocorrem, como aconteceu recentemente com o vazamento da Chevron. Petróleo extraído é matéria prima. Como se concebe entregar uma matéria prima a uma indústria de petróleo de forma gratuita? É o que, de forma absurda, fazemos, com respaldo no constituição.

Na mineração aconteceu coisa parecida. Respaldadas por PECs entreguistas e após a "doação" vergonhosíssima da maior mineradora do mundo pelos tucanos, as mineradoras fazem hoje o que querem com o minério extraído, que passou a ser delas e não da União. Ficam com a matéria prima, minério de ferro, de graça. Pagam uma ninharia em forma de royalties para Minas Gerais (ferro de Itabira) e Pará (ferro de Carajás); uma merreca pras minas de nióbio de Araxá-MG. Nióbio, minério extremamente estratégico, a ponto de os EUA considerarem Araxá, um dos 100 pontos do mundo mais importantes e, portanto, mais vulneráveis a ataques terroristas. Não foi à toa que ações da mineradora de nióbio de Araxá são disputadas por empresas chinesas. Enquanto isso, os governos de Minas Gerais e Pará vergonhosamente silenciam sobre a espoliação mineral dos seus territórios. Por muito menos, Tiradentes revoltou-se e foi enforcado. Também, no governo recente lulista, houve entregas vergonhosas de campos de petróleo, por exemplo, para empresas do grupo do Sr. X. que se tornou, de uma hora pra outra, um dos homens mais ricos do mundo.

Ainda mais vilipendiou-se a constituição privatizando-se, a preços vis, companhias telefônicas, de energia, mineradoras, siderúrgicas. Dinheiro do povo investido por realizações que remontam a Getúlio Vargas. Também no governo FHC, tiraram a limitação constitucional dos juros, sob o argumento falacioso de que não se deve estabelecer limites a taxas de juros. Pela versão original da CF/1988, tinha-se uma limitação já nas alturas de 12% reais ao ano, nível que país desenvolvido nenhum do mundo topa pagar. Mesmo assim, retiraram o limite pra atender rentistas e banqueiros. Resultado, amargamos durante anos a maior taxa de juros reais do planeta, taxas estratosféricas que rendem grana muita prum magote de plutocratas que não dão um prego numa barra de sabão para obtê-la.

Acredito, e ainda farei um levantamento provando, que a estratosférica baba paga durante esse tempo todo aos desocupados de famílias ricas, que ainda ousam chiar contra o famélico bolsa-família, daria pra construir na casa dos milhares, eu digo milhares, de estádios de futebol padrão FIFA. E ainda assim falam desses estádios como se fossem a quintessência do atraso. Estádios e infraestrutura (viadutos, túneis, vias, metrôs etc.) perdurarão depois da copa, enquanto a baba paga dos juros, migrou definitivamente pruns poucos bolsos de desocupados felizes que compõem a plutocracia nacional. 

E ninguém diz nos protestos que a Presidenta Dilma, por ter ousado diminuir os juros, por não ter assinado a famigerada "Carta aos Banqueiros", digo, "Carta aos Brasileiros"; ao baixá-los significativamente, os juros, gerou economias capazes de pagar vários estádios padrão FIFA, sem que nada das previsões fantasmagóricas pessimistas de analistas globais acontecessem na economia do país. E o Brasil seguiu normal com juros menos incivilizados. 

Dá pra mim encher cadernos e mais cadernos explicando, até com números, porque sou a favor de uma nova constituinte que, de forma diferente do que a presidenta queria, pois seria restrita a reforma política, desejo eu uma constituinte completa, sem limitações. Ora, esse congresso que aí está só remedeia, pouco e ruim, ainda assim quando ouve o clamor popular. Passado tal clamor, continuará se apropriando de verbas públicas, criando assessorias, aumentando suas despesas pessoais, fragmentando municípios para criar estruturas políticas que saciem a cupidez voluptuosa dos asseclas partidários, seja de que cor se vistam: azuis, vermelhos, verdes ou amarelos. 

Por fim, pra não encher mais o saco de quem já está de saco cheio de bordões vários, paro por aqui, mas peço em alto e bom som: façam uma nova constituição, com congressistas eleitos somente para esse fim e que renunciariam de forma perene a ocupação de cargos políticos, pois com a constituição atual e com o congresso que aí está, não se vai a lugar nenhum.

George Alberto de Aguiar Coelho

domingo, 23 de junho de 2013

Por uma nova constituição brasileira

O Brasil vive uma crise de legitimidade. As instituições políticas deixaram, há muito, de serem confiáveis. O povo não acredita mais na política como profissão. As manifestações nas ruas, impressionantes, imprevisíveis, ruidosas e ubíquas, pois se pensava, e se apostava, na passividade do povo, eclodiram por conta principalmente da precariedade da saúde, educação, transportes, segurança pública, da corrupção desembestada exposta nas redes sociais e uma juventude surpreendentemente mais consciente de sua fôrça. Não se trata da falha de um só partido, de um só político, de uma ideologia. A culpa está embricada nos agentes políticos em geral, nas instituições governamentais de todas as instâncias. A nudez dos costumes políticos está exposta desbragadamente e dela não se agrada o povo, nem de seu cheiro, nem de sua voz. Vivemos uma nova era em que não se pode raciocinar como no passado. Resolver problemas com conchavos políticos não mais funciona. Empurrar com a barriga é estratégia vencida e perigosa. Sem medidas rápidas e drásticas, o transatlântico vai bater no iceberg. Tais medidas certamente não serão aprovadas por um congresso tíbio e repleto de fichas-sujas; congresso que não quer, e não vai, cortar na carne o que alimenta sua cupidez desvairada. Mas medidas rápidas e efetivas urgem serem tomadas. Quais medidas? Primeiro, as que resolvam a crise institucional: reforma política radical; uma reforma das casas legislativas; reforma nas instituições. Segundo: as que preparem o Brasil para o destino inexorável de grande nação que se avizinha e que o será num devir bem próximo.  Precisamos de maneira urgente empreendê-las e isto só será possível com uma nova constituição. A atual já está por demais remendada, ultrajada, ultrapassada no tempo e foi feita por um congresso constituinte que continuou após concluí-la, portanto com interesses diretos em sua feitura. A de agora exige constituintes eleitos exclusivamente para escrever a carta magna. Tais congressistas, os que firmariam a nova constituição, fiariam inelegíveis de forma perene. Findo o feitio da mesma, o congresso constituinte se dissolveria e, concluídos os atuais mandatos eletivos, nova eleição se faria já sob à égide da nova constituição. 

George.

Não quero padrão FIFA. Não quero padrão suiço. Quero padrão sueco.

Para a política, não quero padrão FIFA, sediada em Zurique na Suiça, que este padrão gera Joãos Havelanges, Ricardos Teixeira... e contas secretas com os fabulosos butins dos despojos de copas. 

Para a política brasileira não quero padrão suiço, não. Quero padrão sueco. 

George AA Coelho.

Mote:
https://www.facebook.com/photo.php?v=626186040727768

sábado, 22 de junho de 2013

Gol do Brasil, Dante!

Diante das gigantescas manifestações brasileiras d´agora, ouvi de políticos que aguardavam propostas pra solução dos problemas nacionais. Esse vídeo em si é uma proposta de peso. Queremos que a política no Brasil, ou melhor os políticos do Brasil (leia-se parlamentares brasileiros) sejam tratados igualzinho aos políticos suecos. Sem assessores, verdadeiros cabos eleitorais, sem mordomias várias, sem passagens aéreas à disposição, sem auxílio-paletó, sem direito à indicação de emendas parlamentares onde, grande parte, come toco de empreiteiras etc. E se não os temos por aqui entre os atuais parlamentares, daria-se lugar a gente decente que aceitaria perfeitamente trabalhar neste formato ético de padrão sueco. Só sobrariam os que realmente têm espírito público... Gol do Brasil, Dante: "Lasciate ogni speranza, voi che entrate" Brasil...sil...sil!

Mote:
https://www.facebook.com/photo.php?v=626186040727768

Duas sugestões pra melhorar o Brasil

1. Que todos os vereadores de todo o país passem a ser pagos com valores não maiores do que um ou dois salários mínimos, que é o que ganha o trabalhador de vera com o suor salgado que lhe escorre no rosto.
2. Que não tenham direitos os edis a quaisquer regalias, como assessores, verbas, carros, gabinetes etc.

Estratégia: Não se alimentem de queijo os camundongos.

Justificativas:

Antigamente, vereadores não eram pagos. Passou-se a fazê-lo e não melhorou em nada a qualidade dos edis das cidades brasileiras. Via de regra, formam quadrilhas nas câmaras, barganhando o voto a troco de favores pecuniários. Por conta disso, o furto do queijo, provindo principalmente de verbas federais que são distribuídas aos municípios por fôrça de lei... Por conta disso, os municípios brasileiros e até estados, comandados por políticos profissionais, verdadeiras ratazanas rabudas, vivem numa alucinante tentativa de fracionamentos pra que mais estruturas políticas podres se formem e lhes forneçam a mufunfa da corrupção pela qualidade de excelências do nada fazer a não ser roubar, qualidades mui correntes na edilidade tupiniquim. Com isso creio que essas vereanças do cacete se desmilinguissem, pro bem de todos, menos deles, e felicidade geral da nação brasileira.

George Coelho

Me engana que eu gosto

Querer transformar um movimento espontâneo e intuitivo, que tomou conta do país por insatisfações várias e justificadas pelo comportamento marginal de uma imensa horda de políticos de todos os matizes que infestam a nação brasileira; pois bem, querer transformar um movimento desses em uma alavanca de trampolim eleitoral de oposição pra eleger criaturas carcomidas na política e no comportamento, figurinhas marcadas por corrupção braba no passado e no presente, seja pela presença viva ainda do distinto ancestral, seja pela presença do DNA de genealogia ladronina insuperável; querer incensar, com a imagem de santos, belzebus tentando gerar uma imagem de que tais indivíduos são a solução do Brasil? Conversa pra boi dormir. Santo? Só se for santo do pau oco. 

George Coelho

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Paralelos

Se existe algo em comum do passado com o momento atual, é que as ratazanas continuam infestando as casas legislativas do país (pra não falar em outros poderes) e essa talvez seja uma das origens do movimento, imprevisível sob todos os aspectos, que nos atinge agora. O sistema político de representação indireta brasileiro está em cheque por conta da corrupção desembestada da maioria dos representantes do povo e isto se tona a cada dia mais visível.

Mas, é também bom que se diga: tais manifestações só se tornaram possíveis dado à enorme evolução nas transparências das ações governamentais, seja pela criação de leis disciplinando o assunto, seja pelo avanço da tecnologia: internet, Google, smarts-fones, redes sociais etc. 

Por outro lado, quando se dizia no passado que o povo não era pra se educar, porque se o fosse, se tornaria um ente poderosíssimo face ao poder, a máxima continua verdadeira. Quantos dos jovens de classe média a até baixa que foram estudar recentemente no exterior e se defrontaram com novos conhecimentos, cultura e padrão de vida que desconheciam e que ao retornarem, justificadamente, exigem tais padrões no Brasil? E que efeitos multiplicadores e intensos uma população de jovens educados não provoca nos sistemas políticos? 

George.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestações Populares

Manifestação política sempre me atrai. Na época da ditadura, não resisti, e morrendo de medo, bote medo nisso, passeei de raspão numa "O povo unido derruba a ditadura", que passava ligeiro como quem rouba, na Praça do Ferreira em Fortaleza. E a ditadura levou 20 anos de escuridão e o congresso com dois partidos: a Arena do sim; o MDB, do sim, Senhor.

E jovens foram torturados por suas crenças juvenis por energúmenos fardados em nome do estado brasileiro. Depois foi as Diretas Já, campanha orquestrada pra não dar em nada mesmo, isto é, pra eleger o Tancredo Neves que já fora ministro do presidente suicidado: Getúlio Vargas. O homem, Tancredo, morreu e sobrou pro bigode safo do Sarney e o seu entorno genológico. E a herança política do Tancredo ficou com a tibieza do Aécio Neves, cuja administração e de seus sucessores não conseguiram , com toda riqueza das Minas Gerais, implantar um sistema de transporte público, metrô, decente nas alterosas. 

Depois, eu estava em curso em Brasília quando uma gente que não gostava do Collor, isto é, não gostava do comando do PC Farias, pois queriam também uma boquinha no tesouro, insuflou os caras-pintadas e puxarem o pano do presidente furioso que tinha aquilo roxo. E o abestado aqui foi lançar bandeiras num Fora Collor. Aí, foi só foi mostrar uma carroça de Fiat Elba e um Jardim da Dinda pro homem ser fulminado pelo congresso que não lhe deu apoio. 

Agora, estava em viagem e fui dar na manifestação de Londres de hoje. Belos jovens se manifestando democraticamente, na paz. Talvez o que me atraia nas manifestações políticas populares seja a inocência e entusiasmo dos jovens que são os suportes destes movimentos. Os jovens.... como é bom ter a crença e a alegria dos jovens!

Eu já velho, tento manter tão boas propriedades dos jovens, mas o passado pesa a desfavor do meu desejo. Em 64, foi cacete muito e por sorte minha, não me envolvi, apesar de ter estado quase dentro da resistência , com os ideias do então professor e hoje já saudoso Sérgio do Instituto de Matemática do Ceará, que veio a ser um digno deputado federal gaúcho pelo PC do B. As Diretas Já foram falsas, o povo foi engodado pra eleger o Tancredo e Sarney se deu bem. O Fora Collor, não deu em nada. Collor começou com o Tatcherismo encomendado, puxaram-lhe a toalha e sobrou pro FHC e a turma dele entregar de mão beijada grande parte do patrimônio nacional.

Essa manifestação de hoje não sei no que vai dar, espero que em coisa boa. Mas que não seja igual ao violino que se toma com a esquerda e se governa com a direita. Porque nunca vi capitalistas mais ferozes do que alguns dos que se dizem de esquerda. Contudo, pra mim, e ninguém me convence do contrário, temos uma grande presidente: Dilma Roussef. Essa mulher é honrada, basta ver sua vida. Porém não se pode dizer o mesmo de muita gente que lhe dá suporte. E este Congresso Nacional fede. Como mudar isso? Não sei, mas do jeito dos jovens, procuro manter a esperança de um Brasil civilizado. 


GeorgeAACoelho.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Boicote à Copa do Mundo

Beleza mesmo a democracia. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, dizia antes que organizar uma copa do mundo de futebol em países não democráticos é osso. Que a próxima copa na Rússia de Putin vai ser moleza. Concordo com o secretário. Vi a Argentina ganhar na marra uma copa do mundo, a de 1978, com a mão de ferro sanguinária do ditador Jorge Rafael Videla. Por lá, além do suborno ao time do Peru, que perdeu de seis pros hermanos, eliminando por tabela o Brasil, tudo correu bem pra Argentina. Até "subversivos" do Uruguai, com promessa de serem jogados no mar por aviões portenhos, serviram de moeda de troca nos jogos, na chamada Operação Condor.

Já no Brasil de hoje, a Copa do Mundo emperra com os movimentos populares. Mas quem é contra a Copa do Mundo no Brasil, não deveria ir a estádios durante os jogos. É incoerente ser contra uma coisa supérflua, desnecessária,  de que não gosta e participar dela. Boicote é o caminho mais certo, mesmo porque o povo, na acepção da palavra composto pela grande maioria da população, não tem dinheiro pra pagar ingressos tão caros. Este povo já não iria assistir nos estádios a Copa. Quem está indo aos jogos são as elites econômicas do Brasil que, não se cansam de chorar, mas choram de barriga cheia. 

Além disso, se se fizesse o boicote, este atingiria emblematicamente figurinhas que, algumas delas, estão sentadas no poder desde a ditadura de 1964; Por exemplo, o Sr. José Marin, presidente da CBF; atingiria também, por tabela, o presidente do comitê olímpico, Sr. Guzman. Esta Fifa, como o citado comitê, aliás cheia de armações e figuras pra lá de suspeitas, que passaram longuíssimas datas na sua direção, como o Sr. João Havelange, sogro doutra figura ¨impoluta¨ do tapetão futebolístico Ricardo Teixeira. 

Sim, se é pra boicotar a Copa do Mundo, não se vá aos estádios. Boicote-se os patrocinadores que proibiram o acarajé apimentado da Bahia ser vendido pelas baianas perto dos estádios. Boicote-se os fabricantes de bebidas, que fizeram com que a lei fosse trocada durante a Copa pra auferirem lucros. Boicote-se a mídia televisiva, que ilude diariamente seus telespectadores com estórias da carochinha. Com o boicote, mandaria-se uma mensagem pro mundo: o Brasil não se submete aos mandos da Fifa, ou de outras organizações internacionais. O Brasil gosta de futebol, mas não gosta de como os dirigentes deste esporte procedem.

Ainda com isso, estaríamos dando os primeiros passos no controle das rédeas da nação, comandada hoje por políticos de partidos de diversos, a maioria deles se passando por santo do pau oco, que só pensam em si e não no Brasil. 

George AA Coelho.

domingo, 16 de junho de 2013

Que vaia mais besta!

Quem estava dentro do estádio e vaiou a Presidente, chora mesmo é de barriga cheia. Quer protestar contra a Copa do Mundo no Brasil? Então: não vá aos jogos; os ingressos são caros. Pobre nenhum estava ali dentro. Vaiar de  dentro  é incoerente. Igual a bacurim em caju azedo: grita, grita, mas não larga de morder o caju. Além disso, vaiar uma presidente que defendeu o Brasil, sendo torturada barbaramente por se opor à ditadura, soa ridículo, falta de respeito. Não concordo. Algum dos vaiadores teria a coragem de proceder como ela fez com a "redentora" de 1964? Duvido. Coragem de vaiar? Que coragem mais besta essa. E, pra mim, com as dificuldades enormes de trabalhar com um legislativo formado em grande parte por corruptos, que é a realidade pura e nua do nosso sistema republicano, Dilma faz de melhor, o que é possível. Collor quis governar sem o congresso e, por isso, caiu. Ou alguém imagina que Collor caiu por ação de uns poucos caras-pintadas, ou por uma merreca gasta no jardim da Dinda, ou por um recebimento de uma carroça em forma de Fiat Elba? Claro que não, Collor caiu por não contar com o apoio do congresso. Ser presidente no Brasil é ter de se ajoelhar a Deus e ao Diabo. Todos os presidentes anteriores o fizeram; quem não negociar com os caras de lá, muitos deles bandidos, cai ligeiro. Quanto às obras da copa, eu, que vi, porque tive dinheiro pra ver, e ir ao show do Paul McCartney, vi que o estádio onde o Beatle se apresentou ficará como um bom legado pra cidade. Muitas obras estruturantes em todo o país ficarão. Os túneis que estão sendo construídos restarão de legado. Os metrôs que estão sendo feitos deixarão mobilidade pras pessoas. É claro, gostaria de ver essas obras edificadas com preços não majorados pelo fator corrupção, mas nem tudo de ruim traz um evento internacional. Londres melhorou muito ao sediar a última olimpíada. A Torre Eiffel, símbolo de Paris, e que leva milhões de cidadãos do mundo inteiro à França, foi construída pra uma exposição internacional. E a torre foi muito criticada; e parte da elite francesa queria desmontá-la e vender o aço da mesma como resto de construção. Felizmente, não deixaram. Não se faz um grande país sem monumentos. Além disso, Dilma herdou a Copa do Mundo com vários países querendo sediá-la, mas não esqueceu outros investimentos. Agora mesmo o Cariri está ganhando uma Universidade. A interiorização dos hospitais está em processo. Nunca vi tanto estudante estudando com bolsa no exterior. Isso é o que fez e faz, por exemplo, a China, bons alunos estudando com bolsas no exterior, trazendo experiências e conhecimento de fora pra dentro do país. Nunca vi governo nenhum, que pelo Brasil passou, fazer isso. 

George Alberto de Aguiar Coelho.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Os felas-da-gaita do metrô de Paris

Monseieur Leurquin,

O Senhor, nas boas aulas de françês suas, não falou dos romenos de Paris. Juro que se soubesse teria pegado também umas aulas de língua romena. Teria sido de grande valia as duas juntas. Os caras aproveitaram o furduço medonho do metrô encostaram em mim, e combinaram em voz alta como é que iam proceder a retirada da carteira que tava no meu bolso da frente da calça. Eu até que desconfiei dos olhares dos felas-da-gaita e do lero-lero deles. Só que não tive certeza, pois não sabia romeno. Mas se tivesse aprendido, desconfio que não teria como me livrar dos meliantes.

O metrô era vê uma lata de sardinhas. Eu cheio de pacotes nas duas mãos e a inocência na mente de brasileiro que nunca viu falar de batedor de carteiras, que isso no Brasil não existe de jeito nenhum. Eu só resmungava um Excuse-moi ou Pardon, mas os romenos parecem que não tiveram aula de francês, não. Gente boa, a gente via que não era. Aí na saída duma estação, os caras desceram juntos parelhando comigo. Foi um salve-se quem puder pra francês ver. Um me deu uma rasteira e um empurrão, o outro botou a mão nos meus possuídos. Romenosinhos da baixa da égua! Quase caía de beiço no chão.

E os romenos se mandaram numa velocidade igual a do TGV. Também quem manda os caras serem aprovados na Comunidade Europeia. E levaram meus documentos: umas carteiras de identificação, cartão de crédito, uma moedinha da sorte de 1 centavo e mais uns 30 reais, desvalorizados recentemente. Como eu cancelei vapt-vupt o cartão de crédito. Eles ficaram só com os reais que guardava. Iam fazer o que com eles? 

Isso foi no sábado. Já no domingo fui fazer um tal "Recépissé de Déclaration" na Prefecture de Police. A diferença desse papel pro nosso BO (Boletim de Ocorrência) é que a moça que pegava a declaração era bem lindona. Beleza de loira. Já o BO dos franceses é igual ao nosso: não serve pra nada.

George Coelho

domingo, 9 de junho de 2013

Bora Brasil...sil...sil!

Foto: Vládia Coelho

Estou eu e o Marcel, meu filho, assistindo ao jogo amistoso entre Brasil e França, num dos inúmeros e aconchegantes  bares da belíssima capital francesa. Passou a raiva pelo roubo da minha carteira no metrô de Paris, roubo feito por 2 ou 3 meliantes, provavelmente romenos, e com a ineficiência da polícia daqui, igual a nossa polícia tupiniquim. Primeiro, porque os romenos que me roubaram praticamente perderam a viagem. Segundo, que tem muito, mas muito mesmo, parisiense simpático e de bem com a vida; não imaginava que fossem tantos assim. Terceiro, que é pra completar os 3 a 0 em cima dos azuis, ganhamos deles, finalizando um jejum de 20 anos de derrotas pro time do Zidane.

George Coelho

sábado, 8 de junho de 2013

Não falem mal do meu país

O pernambucano Nelson Rodrigues tinha razão: brasileiro tem complexo de vira-latas. Via de regra, parece sofrer de um prazer masoquístico, um complexo de inferioridade doentio que não se justifica de jeito nenhum. Nos últimos dias, vi até um candidato a presidente, de oposição, torcendo pra que a inflação recrudesça, pra assim vender sua demagogia barata. Absurdo isso. Pra que torcer contra o Brasil? Não tem proposta decente, então se cale macho. Mau brasileiro esse sujeito.

Não digam que o Brasil não presta. Não digam que o Brasil não tem jeito. Não digam que o Brasil não tem arte. Não digam que o Brasil não tem ciência. Não digam que o Brasil é sujo. Não digam que o Brasil não tem civilidade. O Brasil tem tudo de bom e não é ufanismo besta meu, não. É a bela mistura de nossa raça que nos fez assim. É o nosso caboclismo, de que tenho muito orgulho, que nos deu essa têmpera de aço. Sou caboclo sim, Senhor, e não tenho complexo de vira-latas. 

Ganhamos cinco copas do mundo. Nenhum outro país do mundo fez isso. Os nordestinos esticaram nos peitos a linha de Tordesilhas, criando o Acre. Fomos os inventores do avião com Santos Dummont, assistido por centenas de pessoas, levantar voo em Paris e nem assim protestamos quando se vendem os irmãos Wright, com sua máquina empurrada por catapulta externa e sem presença de público, como os primeiros no voo. Marconi veio depois do padre gaúcho Roberto Landel, o inventor do rádio. Inventamos o Bina pra identificar chamadas telefônicas. A nossa música brasileira é riquíssima. Noel Rosa, Cartola, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Fagner, Belchior e muitos outros são gênios. Música brasileira é a coisa mais linda que há.

E me apoquentam com essa estória de violência nacional. Que o Brasil está apavorado. Que não sei o quê mais. Brasil apavorado? Apavorado estou eu, mas não quando estava no Brasil, ou quando estive recentemente no Rio; mas, nesse momento, em viagem à Paris. Em Paris, sim Senhor. Dizem que é a Cidade das Luzes. Cidade das Luzes? Só se for no tempo de Rousseau. de Voltaire, de Zola, de Flaubert, de Balzac e de Vitor Hugo. Hoje, Cidade da Luz não é mais Paris. Pra mim, Cidade da Luz, pode até ser a Fortaleza do Ceará, do Brasil. Pelo menos por lá nunca tive batida de carteira, com direito de empurrão covarde,  de quase quebrar os beiços no chão, feito por dois ou três meliantes, provavelmente romenos, em pleno "civilizado" metrô de Paris, sem que um só policial agisse. Se fosse aqui no Brasil, a gente do lado dava um sabacu, um salga neles. Em Paris, é cada um por si, nem se olha um pro outro. Fazem de conta que ninguém viu a desgraça alheia.

E se vá ao Louvre, o maior museu do mundo. Ali, além de banheiros sujos de dar dó, de recepcionistas mal humorados e mal educados, estão estampadas também advertências de batedores de carteiras que são muitos. E pouco se vê de polícia. E se vá a Torre Eiffel que estão por lá dezenas de meliantes jogando a cumbuca pra pegar gente que pensa que Paris é civilizada. Toda hora, todo dia, os meliantes afanam livremente o alheio, sob às vistas de autoridades policiais. Mulheres querendo ler mão e de olho na carteira da vítima. Todo essa gente, todo tempo, ludibriando turistas e ninguém faz nada. A marretagem, às vistas de todos, sem que um policial desperte de sua letargia fardada e acorde para uma mesma pequena ação. E vá andando na cidade que em todo canto se vê gente passando por surdo, vendendo listinha, querendo enfiar os dedos ágeis e arteiros nos bolsos do incauto.

Paris civilizada? Uma ova. Pelo menos hoje.  Não se vê polícia, ou se vê sem nenhuma ação. As sirenes dos carros penso que são só pra impressionar. Muita gente que fala um francês com descortesia com o turista que é a fonte primária de sua renda. Por aqui quanta gente mafiosa faz seu pasto? Vendedores de águas sujas em garrafas usadas dezenas de vezes. Banheiros sujos em Paris. Diziam-me que banheiro sujo era no Nordeste do Brasil. É verdade. O Nordeste do Brasil tem banheiro sujo, mas Paris tem também. Nos últimos 3 dias, vi isso e digo nesse desabafo, no correr da pena, e ainda estuporado da queda que quase levei de dois ou três dos meliantes muitos que operam em Paris. Ainda exausto do esforço pra estornar cartões de crédito de um Banco verdadeiramente civilizado, o único que agiu prontamente em meu socorro: o Banco do Brasil. Digo essas coisas  e mais pra estabelecer contraponto à nossa autodepreciação constante: Brasil é que é o país verdadeiramente civilizado.

Já a Europa das civilizações perversas que saquearam povos com o seu colonialismo bárbaro - é só ver as peças riquíssimas, tomadas como butins de guerra pros museus famosos. A Europa que enche os olhos de brasileiros com complexo de vira-latas e de peruas vistosas e perfumadas. A Europa hoje não me convence. Precisei vir aqui pra firmar tal compreensão e quero repassá-la aos que ainda não a viram e se empolgam com fantasias; pelos que cantam-na com complexo de vira-latas; pelos brasileiros presidentes subalternos que disparam "Vive La France" e criticam sem dó o Brasil. Não, a fantástica civilização mista brasileira nada deve a esclerosada Europa.

George Alberto de Aguiar Coelho
(Escrito depois de algumas horas que fui roubado na "civilizada" - entre aspas - Paris.)



Baixem a passagem dos ônibus

Por que não se baixa a passagem do transporte coletivo? Porque o estado brasileiro estaria assim dando subsídios ao transporte púbico. Ora, mas se o estado vive renunciando ao IPI na venda de carros novos, beneficiando enormemente montadores estrangeiras e a compradores mais abastados, por que não o faria pra atender uma necessidade básica do povo?

Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,haddad-vai-pedir-ajuda-de-dilma-para-baixar-passagem,1040168,0.htm

O Brasil está copiando o capitalismo chinês? Isto é bom.

Não gosto de algumas atitudes que o Seu Mantega toma na Economia. Por exemplo, a diminuição do IPI pra compra de carros novos. Trata-se de renúncia fiscal que não é medida boa, pois incentiva o consumo de combustíveis, emperra o trânsito das cidades e o que faz mesmo de bom, o faz pra indústria de carros. Enche os bolsos das Montadoras, todas estrangeiras. 
Contudo, essa resenha da Folha de artigo do Economist sentando o pau no Ministro, como um artigo anterior da mesma revista, que pedia explicitamente a sua saída, tem efeito contrário ao que pretende.
Ora, se o Brasil estaria hoje, como é dito na resenha, imitando o capitalismo chinês, isso é uma qualidade das boas. Não é defeito, não. 
Desconfio que o Economist fala assim pra pressionar Dona Dilma a aumentar a taxa de juros. Nas últimas reuniões do COPOM tem até conseguido. Não entre nessa não, Presidenta, que isso é choro de rentista que chora de barriga cheia.
George Coelho
Fonte::