domingo, 16 de dezembro de 2012

Cine Atapú


Muito bom o texto da fonte abaixo mostrando os cinemas que já passaram pela cidade. Faço três observações. A primeira, ainda menino passava pelo Atapu , hoje esquina da Pontes Vieira com a rua Joaquim Távora. Antes, não existia a avenida Pontes Vieira, nem a continuação até ali da avenida Treze de Maio. Nem tão pouco a avenida Aguanhambi feita pelo prefeito engenheiro Vicente Fialho. Aguanhambi onde a gente via muitas lavadeiras batendo e quarando roupas nas pedras do riacho, com as pontas de vestidos enfiadas entre a s pernas e rodilha de pano na cabeça. A rua Joaquim Távora, se não estou enganado, era chamada de Calçada da Mecejana (Mecejana se escrevi erroneamente com "c" e não dois esses); calçada porque a rua Joaquim Távora era calçada em paralelepípedos bem assentados. A rua Joaquim Távora era a única via de acesso de carro à Mecejana. Então, menino, me lembro de ver, no Atapu no lado do sol, os dizeres "Cine Atapú". Foi no Atapu que meu tio Chico da Mecejana (com "c") bateu num carregador de surrão de farinha que estava bêbado e atravessou à frente do sonolento prefect verde do tio Chico. Tio Chico tinha ido ali no Atapu, que então se chamava assim o lugar, comprar resíduo na Feira do lado, pra dar de comer a umas vagas que mantinha em Mecejana. Acabou que a gente teve de levar o bêbado atropelado pra Assistência Municipal e, desconfio, ele além do cheiro característico de cachaça, adquiriu mal cheiro nas partes dos debaixos, decorrentes do pavor de ter sido quase atropelado. No final, o homem ficou bonzinho de tudo, menos da catinga que, menino, me enojava. Só foi um susto. Sempre que vou pra aquela região de táxi, digo pro motorista: me leve por Atapu. Só um deles me respondeu que conhecia. Então perguntei a ele a origem do nome. Não sabia, o motorista, nem eu. Agora, no texto, finalmente aprendi que foi por causa da fama do Cine Atapú. A segunda observação que faço é sobre outro cine que ficava no lado da sombra das esquinas das ruas Antônio Pompeu com Barão do Rio Branco. Pra mim, diferentemente do que diz o texto, conheci-o com outro nome, cine Samburá, e não Cine Araçanga. A terceira observação é quanto à figura do cearense Luiz Severiano Ribeiro. Pense num cara danado. Fazer um monopólio de exibição de cinema em todo o Brasil! O cine São Luiz, por exemplo, é um primor de sala de exibição de cinema. Modéstia e ignorância minha à parte, não conheço cine mais bonito do que aquele da Praça do Ferreira, onde as meninas do meu tempo iam nas matinées assistir as cabriolices do rebolador Elvis Presley e a gente, nas pouquíssimas vezes que tinha dinheiro, ainda era obrigado a vestir paletó pra entrar. Foi ali que eu conheci o ar condicionado. E bem perto dali na loja Quatro e Quatrocentos andei, pela primeira vez, espantado... andei de escada rolante. 
George


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