sábado, 27 de outubro de 2012

A Índia e o Ceará


Olhando o cartoon (charge) da Índia, no link logo abaixo,me lembrei das eleições de Fortaleza. Como a política brasileira anda sofrível! Eleições pra prefeito de Fortaleza. Se um é candidato acusado de mandar bater em professores e de ter o papel de continuar o projeto de uma oligarquia política no Ceará, talvez só igual a da época da oligarquia dos Acciolys: a oligarquia do Babaquara. O outro, um poste, veio pra defender e continuar o modelo e a forma de um governo personalista, trapalhão e irresponsável. Ambos candidatos teleguiados, autômatos. Ambos sem luz, sem história. O primeiro parece marionete do governador. Governador que quando se refere às obras feitas pelo Estado, sempre com a maior parte dos recursos vinda do governo federal, diz: Eu fiz isso; Eu concedi isso; Eu vou fazer aquilo. É ver um rei Luis XIV tupiniquim quando dizia: "L´état cést moi" (O estado sou eu). Mistura a res (coisa) pública com a vaidade e o sentimento de poder. O outro governante, no caso, a outra e, pra dar continuidade ao pronome, como diz o outro: parece ter o rei na barriga e não menos vaidade na cabeça. E assim de tão fraco tá a nossa política, que deixei de lhe dar atenção.

 De tal maneira, que peço desculpas as cinzas de Bertold Brecht, teatrólogo do dito: "O pior analfabeto é o político; ele é o responsável pelo pão ausente na mesa etc". Porém, infelizmente, cada vez mais, sinto que o ditado popular: política, futebol e religião não se discutem; e eu acrescento ser, as três coisas, apenas questão de fé e interesse próprio ou partidário. Pois bem, esse ditado pra mim está bem próximo ao que penso hoje. Mas não há saída pra quem quer descer do mundo. Ele não pára e nos deixa tonto com suas voltas ligeiras. De tal forma que, mesmo saindo das igrejinhas da paróquia, pois fui procurar os templos e favelas indianas talvez pra aprofundar um pouco meu ser contemplativo, continuei com se aqui estivesse. De nada serviu minhas ciber-andanças. A Índia é país muito parecido com o nosso. De tão parecido somos que nos chamaram, nos tempos em que éramos terceiro-mundo, de Belíndia. 

E num jornal indiano vi, numa charge, talvez o nosso futuro, embora espere estar enganado. Na charge, que ora vos apresento, estão os nossos dois distintos candidatos. Não hoje, mas daqui a 30 anos. Pra mim a charge indiana é a representação simbólica futura dos dois políticos cabeças-chatas que ora disputam a eleição. Será que daqui a 30 anos os veremos ainda, nas mesmas favelas, evidentemente só em dias de eleições, com o mesmo discurso de hoje? 

George Alberto de Aguiar Coelho


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