sábado, 1 de setembro de 2012

Se eleito prefeito for, ...

A cidade de São Paulo (SP) deve R$ 58 bi de reais. A dívida corresponde a 200% de suas receitas. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o máximo seria de 120% das receitas. Teoricamente a cidade não tem como pagar os papagaios. Se fosse uma cidadã comum, estaria quebrada. Mas sua maior credora é a União. 
Um dos prefeitos a endividar rasgadamente a trabalhadora Sampa foi Paulo Maluf. Muita gente ainda gosta do Maluf, dentre eles, justificadamente, têm motoristas de táxi, que o homem abriu muitas vias e construiu viadutos de ruma facilitando de vera o ofício de quem trabalha no volante. E não estão sós no gosto, Maluf foi o deputado federal mais votado no país numa dessas eleições. Há os que acreditam no lema herdado do antigo prefeito da cidade (1957-1961), Adhemar de Barros, dito assumido apenas informalmente em campanha: rouba mas faz. 
O fato é que Paulo Maluf já comeu pizza em cadeia e é processado pelo Ministério Público pra devolver uns din-dins, depositados no estranja, na casa dos um pouco mais de R$ 20 milhões. Vamos e venhamos: é muito pouco pois a grana ilegal de brasileiros no exterior chega a casa dos R$ 1 trilhão. Gente boa, eu disse 1 trilhão de reais. Ou seja, mil bilhões de reais. Ou seja, 500 Vales do Rio Doce, preço da doação feita na época do príncipe presidente tucano que pegou a dívida interna uma merreca e entregou-a pro Lula petista a quase 1 tri, que rolou e encompridou a danada, com satisfação dos rentistas, e hoje ela está na casa dos R$ 2 tri. 
Sorte nossa é a China, que o PIB brasileiro aumentou pra casa dos R$ 2,5 tri exportando minério de ferro de Itabira (MG) e Carajás (PA) pra lá. Como os economistas acham melhor medida considerar a relação dívida pelo PIB, que teria diminuído nos últimos anos, a situação parece menos dramática. Mas, no frigir dos ovos, verdade é que valor de metade da nossa dívida interna (se se considerá-la de R$ 2 tri) foi desviada, por baixo dos panos, pro exterior. Espera-se ainda que, pela condição de devedora compulsiva, São Paulo vá passar, de novo, o pires na União. E ainda assim tem muita gente interessada em ser prefeito da maior cidade da América Latina. Por espírito público, certamente!


George Alberto de Aguiar Coelho Coelho




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Um comentário:

  1. As cadeiras sempre vencem! E ainda podem, no final, se dar o luxo de dar risadas. Assim termina de Les Chaises (As Cadeiras) de Ionesco.

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