sábado, 11 de agosto de 2012

Cotas pra acesso às Instituições Federais de Ensino

Pra quem não pode pagar, não tem o que pensar: é estudar em escola pública por necessidade mesmo. Agora, pra quem tem dinheiro pra pagar escola particular, quer ir pra Universidade Pública e não está com essa bola toda pra estudo, cursar escola pública lhe dá mais chance de ganhar uma vaga. Talvez, de um modo transverso, com a presença da classe média nos antigos Liceus e Escolas Normais, isso faria com que a escola pública melhorasse a qualidade. Pra melhorar de verdade a escola pública, o ideal seria que todo político eleito devesse ter ser filhos obrigatoriamente estudando por lá. E de quebra, tratamento pelo SUS. 


Não cabe aqui críticas ao SUS nem a Escola Pública. O SUS é o maior programa de saúde do mundo. Vai ao interior, sertão, treina médicos na prática dura da vida. Tem defeitos? Sim, muitos. Mas, com os políticos que temos, não pode deixar de ter as falhas que tem. Já a Escola Pública, algumas poucas são um primor, o Colégio Militar e as antigas Escolas Técnicas, por exemplo, enquanto em muitas escolas particulares, o que se faz mesmo é aprender bizú pra passar em exame e o aluno sai totalmente despreparado pra vida. Escolas de elite há até das que se vêem envolvidas em práticas ilícitas perante o ENEM.


Cotas pra universidade pública? Melhor seria, em vez de cotas raciais, se usasse um só critério: ausência ou pouca grana na família do estudante. Mais ou menos, e guardadas as devidas proporções, como é o bolsa família. A meu ver, embora o STF o tenha aprovado, critério racial não funciona, primeiro que gente demais pode se considerar pardo, e com razão, dada a heterogeneidade e a mistura racial que temos no Brasil. Índios, por exemplo, quem não o é no Ceará, Piauí etc? Grande parte da gente nordestina tem sangue indígena misturado com o sangue português. Eu, por exemplo, com orgulho, me considero um caboclo. Se ainda fosse estudante, brigaria pra ser incluído nas cotas raciais.

Por George Alberto de Aguiar Coelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário