terça-feira, 19 de junho de 2012

Amarildo e a Copa de 1962

A conquista da Copa do Mundo de 1962, há 50 anos, no Chile, não é tão comemorada quanto a de 1958, na Suécia. O time base de 1962 era o mesmo de 1958. Mas em lugar de Pelé, machucado no segundo jogo, entrou Amarildo, que, pelas estripulias feitas em campo, ganhou o apelido de “O Possesso”.

O grande jogo da seleção brasileira foi contra a Espanha, o terceiro jogo. O time espanhol tinha no seu elenco dois craques fantásticos: Di Stefano e Puskas. Interessante que Puskas jogou em duas seleções. Primeiramente na seleção Húngara, melhor time em 1954, mas vice-campeão, perdendo a final pra Alemanha.  Depois naturalizou-se espanhol e jogou na Roja de 1962. Coisas do futebol! Jogador de dois escretes, houve outros. Por exemplo, Di Stefano jogou pela Seleção Argentina, jogou também pela Colômbia e pela EspanhaMazola jogou pelo Brasil, nas duas primeiras partidas da Copa de 1958. Depois deu lugar a Pelé. Em 1962, Mazola jogou pela seleção Azurra. 

Mas, voltando ao time de 1962 e ao jogo contra a Espanha. Amarildo e Garrincha "comeram a bola" e nem se precisou do Rei Pelé. Amarildo fez os gols do 2 a 1. É, mas aquela seleção tinha mais craques: Nilton Santos, Zito, Didi, Vavá, Zagalo... Agora, ninguém é besta de falar aqui que, no jogo contra a Espanha, o juiz deu uma senhora ajuda ao escrete canarinho. Assim, quando estava  1 a 0 pra Espanha, "A Enciclopédia do Futebol", deu dois passos pra frente, depois de fazer falta na pequena área brasileira. O Juiz aceitou a  malandragem de Nilton Santos e marcou falta fora da área, em vez de pênalti. Imediatamente a seguir, o árbitro fez pior. Após a batida da falta,  anulou um belo gol de bicicleta do Puskas. Alegou impedimento que só ele viu. Bem anulado, Seu Juiz!

Já no jogo final, no dia 17/06/1962, o Brasil jogou contra a Tchecoslováquia. Amarildo empatou o jogo, depois o volante Zito e o centro-avante Vavá sacramentaram o triunfo. O Brasil ganhou de 3 a 1.  Aqui pra nós, dizem que antes da final também houve ajuda pro Brasil no tapetão. Garrincha não era pra jogar que tinha sido expulso no jogo anterior contra o Chile, quando fez dois gols. E o Garrincha acabou jogando. Sim, mas se o Mané não estivesse no jogo, o possesso Amarildo jogava por ele também, ora, ora. 

Será por essas coisinhas à toa de marcação equivocada de juiz e decisões no tapetão que a gente não fala muito do título de 1962? Besteira, todo time bom tem ajuda, nem que seja da mão de Deus. Maradona, sabe muito bem disso.

George Alberto de Aguiar Coelho

Fontes:
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/esportes/futebol/noticia/2012/06/16/brasil-comemora-50-anos-do-bicampeonato-mundial-45794.php

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/esportes/futebol/noticia/2012/06/16/amarildo-fui-a-sombra-de-pele-na-copa-45797.php

http://www.youtube.com/watch?v=4ezybCKehjU

sábado, 16 de junho de 2012

A banca é "imexível"

"Lamentamos sinceramente dizer-vos que tendes vivido acima de vossas possibilidades e passareis anos sofrendo penalidades. Lamentamos sinceramente reconhecer que a banca é uma das grandes culpadas desta crise, mas é intocável, porque sem ela tudo vem abaixo." (tradução de trecho do encontro de Davos, acontecido de 25 a 29 de janeiro). Em outras palavras: Senhores da Europa apertem o cinto porque se banquetearam demais. Reconhecemos a responsabilidade da Banca, mas ela é intocável (O Deus Mercado?), sem ela tudo vai abaixo. Então que a Banca não deve pagar a conta do banquete. 
De tal forma, que em anos de bonança, nunca vi banqueiro distribuindo parte dos lucros biliardários para a sociedade. Porém, quando a crise capitalista bate, como a de agora, causada em grande parte por má-gestão e ganância especulativa da própria banca, ela mesma se declara intocável. Como diria o ex-ministro do trabalho de Collor sobre outro assunto: "...é imexível." (a Banca).
Escrito em 29.01.2012

Fonte:
http://elpais.com/diario/2012/01/29/economia/1327791606_850215.html

E tem mais esse artigo do Luiz Gonzaga Belluzzo, de 16.06.2012, que diz dentre poutras coisas que:
"A crise europeia é uma aula sobre a privatização dos ganhos e a socialização das perdas. "
http://www.cartacapital.com.br/economia/ganhos-privatizados-perdas-socializadas/

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Seca

Seca Verde - Desenho de Sandra Maria de Aguiar Coelho

Um cheiro de vômito exala-se no ar úmido. Crianças choramingam suas fomes. O range-range das redes dá o tom de monotonia e tristeza ao ambiente. Homens e mulheres, amontoados no exíguo espaço, compartilham a sujeira e o enjoo do navio. O mar encapelado lambe os beiços de madeira do convés, respingando sua fúria salgada sobre aqueles desgraçados. Estão na costa do Maranhão, mar belo, cheio de arrecifes, traiçoeiro aos incautos, cemitério de trágicos naufrágios.
A rota da embarcação os leva a Manaus e daí, já por rio, em canoa, às selvas da Amazônia. Edificarão palafitas insalubres onde, resignadamente, a solidão e as agruras da floresta os espera. Todo dia, mal o sol abrir, entrarão na mata, em busca do precioso líquido branco ordenhado das seringueiras. Para sobreviver, terão de enfrentar índios, cobras, malárias, tifos e outras pestes mortíferas para, com sorte, fim de tarde, voltar vivo à morada nos barrancos de um solitário igarapé. Muitos morrerão. Uns poucos, bem-aventurados, retornarão ao torrão natal e deixarão aos seus descendentes as estórias vividas na epopéia da borracha. A terra que os acolherá será a mesma que os expulsou nos idos de 1915.
Seca feroz aquela. Só sobraram taperas, espetos e carcaças de bichos na terra cinzenta e quente. Pouco a pouco foi-se avizinhando, matando os pastos, derrubando as vacas desnutridas, secando o ar com redemoinhos, asfixiando os peixes nos açudes secos. Só sobraram juazeiros, mandacarus, macambiras, areia e pedra. Ninguém a esperava. A vida ali era dura, já eram acostumados ao estio, afinal Deus sempre os socorria. E, assim, ficaram aguardando o dia de São José, padroeiro das chuvas benfazejas. Mas, nada de chuvas. Apelaram aos donos de poder da terra adusta, certamente não faltariam às promessas fartas, pois sempre foram a eles submissos e leais. Mas, nada de chuvas, nada dos céus, nada da terra.
Sem recursos foram fugindo, no começo aos poucos, depois aos magotes. Triste retirada. Morriam aos montes pelos caminhos, de fraqueza, de fome, de sede. Movidos à raiz de mandioca, a mandacarú, a tejo, roendo as últimas espigas de milho, teimavam em continuar rumo ao litoral. Sobraram os mais fortes, ou os que o destino não quis. Em Fortaleza, habitaram campos de concentração, onde não os abandonaram a fome, as sujeiras, as doenças, o abandono, a morte.
Qual a ação do governo? O usual, livrarem-se das pestes, farrapos travestidos de gente. Exportá-los pra São Paulo, cidade sedenta de mão de obra, em cujas construções de tijolo e concreto, deixariam suas marcas de mãos calejadas. Mas, o mais comum destino era mesmo a mata virgem do Amazonas, em busca de borracha, destino incerto daquele punhado de miseráveis.
Hoje, 1997, em barracos de taipa cobertas de plastico preto, à beira da lama fétida, rica em excrementos, muitos dos descendentes do Quinze e do Amazonas ainda habitam a mesma miséria dos seus antepassados. Moram agora na capital, expulsos das terras quentes e áridas, onde penaram seus avós. Escravos dos ambientes promíscuos das favelas, da falta de educação e saúde, limitam-se ao entorpecer do álcool, enquanto aguardam um bico que lhes dê o sustento do dia. No rádio e na televisão, vêem e ouvem as  mudanças pra melhor que, insistentemente, tentam lhe convencer terem sido feitas pela nova geração de políticos-empresários. E, entre um gole e outro de aguardente, ouvem que o dia de São José deste ano foi sem chuvas. A seca virá novamente, mas o culpado foi finalmente descoberto: o El-Niño.

George Alberto de Aguiar Coelho
Escrito em 1997


Observo que hoje, 2012, a convivência com a seca, fenômeno cíclico, melhorou por aqui em relação a quando o texto acima foi escrito, 1997. Programas de transferências de renda, assistência técnica difundiu-se, incentivo às atividades que não existiam antes, interiorização da indústria, expansão da saúde para o interior com o SUS, programas de seguridade à agricultura, construção de cisternas rurais, grandes açudes, barragens subterrâneas e outros equipamentos, eletrificação rural, maior transparência   na gerência de recursos provocada pela ação fiscalizadora da sociedade e de órgãos controladores e tecnologias novas, a produção de alimentos em outras regiões a preços bem mais baixos do que  se tinha antes, evitaram, até agora, a repetição das cenas de fome, invasões e saques comuns no interior do Nordeste. Mas muito há de melhorar. O desmatamento crescente do bioma caatinga trazendo desertos ao sertão é uma vergonha. Corrupção desenfreada. Intermediação de recursos, por interesse político e enriquecimento pessoal, existe aos montes, aliada à imensa impunidade e lerdeza da justiça. E não se sabe bem o que ocorreria caso a seca de 2012 continuasse por mais tempo como fez, por exemplo, a pior das secas, a de 1877, a qual originou a primeira leva de multidão de cearenses aos seringais da Amazônia, seca infeliz que se prolongou por 3 anos seguidos.

George Alberto de Aguiar Coelho
Escrito em 16.06.2012

http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2012/06/13/noticiafortaleza,2858024/ceara-registra-6-seca-pior-seca-desde-1950-segundo-funceme.shtml

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

Israel, assim como mais outras grandes potências que mandam no mundo, não quer que o Irã mexa com tecnologia nuclear. Contudo, desenvolve a torto e a direito, e em ritmo veloz, mais arsenal atômico. Desta feita, com a ajuda do governo dirigido por Àngela Merkel, pelo menos quanto aos equipamentos que dão suporte a tais armas: os submarinos. A chanceler alemã diz desconhecer - assim como desconhecia, tem uns 20 dias, que Berlim não ficava em território russo. Pois bem,  Dona Merkel também desconhece a existência de armas nucleares injetadas em submarinos construídos em estaleiros alemães, situados em Kiel, norte da Alemanha. Além disso, segundo a revista 'Der Spiegel', os submarinos foram financiados em boa parte pelos alemães.
E assim caminha a humanidade. E neste caminhar continua valendo a velha máxima do tempo dos nossos avós. Máxima que ainda hoje habita as mentes dos dirigentes maiores, déspotas esclarecidos de  um mundo civilizado sedento de lucros e guerras, embora já os tenham tido tantas num passado recente. Máxima que diz: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. 


Fontes:
http://www.spiegel.de/politik/ausland/israelische-atomwaffen-auf-u-booten-aus-deutschland-a-836645.html

http://exame.abril.com.br/economia/politica/noticias/alemanha-participa-de-programa-nuclear-israelense-diz-der-spiegel

Dona Merkel e a aula de Geografia:
http://www.youtube.com/watch?v=l2pO6PFYnL4

Futebol?

No que o futebol se tornou? Disputa de gangues nas torcidas, disputa de grana nos times. Não raro, como aqui no Brasil, na Rússia, Itália e outros mais países, com verdadeiros gangsteres na presidência dos grandes times, seleções, confederações e até representantes nos consistórios das leis. Resultado desse desacerto está na foto do link abaixo, que mostra um chega-pra-lá antes da disputa, em campo, entre Polônia e Rússia. Me diz francamente, dá pra torcer time de futebol desse jeito? Eu,meu caro, desisti. Vai que é tua Galvão!


George Coelho


Fonte: Le Fígaro
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10150846067661339&set=a.375133496338.163048.61261101338&type=1&theater

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Partículas de Deus

Não duvidem. Ainda veremos alguns personagens bem conhecidos, auto-ingeridos na função ímpar de prepostos do Senhor, oferecendo na pública TV partículas de Deus aos cordeiros e ovelhas do seu particular rebanho. Partículas de Deus? Sim, os chamados bósons de Higgs, parte faltante no modelo que explica como se deu o Big-Bang há 14 bilhões de anos atrás.

Mas tais partículas, ofertadas num futuro próximo pelos pretensos mensageiros do Senhor, seriam produzidas de forma melhor que o próprio CERN o faz, porque teriam supostamente a intercessão do Divino. CERN? Pra quem ainda não sabe, o CERN  é uma organização européia de pesquisa nuclear. Nos estudos do interior do átomo,  os cientistas do CERN usam o Grande Colisor de Hádron, maior acelerador de partículas do mundo, situado na fronteira franco-suiça. São nestes aceleradores que se evidenciará brevemente, espera-se, a existência dos bóson de Higgs. Sim, mas saiamos da ciência investigativa e retornemos ao lucrativo negócio da fé.

Evidentemente, partículas tão valiosas, aquelas a serem oferecidas pela nunciatura dos milagres e do apocalipse aos seus fiéis, tais partículas não poderão ser entregues de "grátis". O custo? Diante do valor inestimável da vetusta relíquia, poucos ousarão em não cobri-los com o preço de substanciosa paga. De tal sorte, ou azar (depende do lado da mercância) que, se ainda se vendem hoje terras do Monte das Oliveiras, pedaços da cruz do Senhor, carvão de fogueira santa, óleo santificado pra besunte de corpo arrenegado infeliz etc. Pois bem, diante da escassez de areia e da madeira, pois cruzes, montes e madeiras são finitas e vigiadas pelo órgão ambiental, e o óleo é coisa que se encarece no mercantil. Assim, perante tantas compreensíveis dificuldades terrenas, vender partículas de Deus não deverá de ser negócio ruim.  

E de tal maneira será que, dentro do invólucro continente, as bichinhas, de tão pequenas - à luz da ciência interpretada são pequenas partículas mesmo - ninguém ousará respostar, aos ensimesmados causídicos de Deus, dizendo que não as estará enxergando. E a promoção fará grande sucesso, sim. E a tosquia do rebanho se dará, como antes, num compreensível ad-eternum. E a fogueira arderá pros incrédulos, que ainda se porá na lei, escrita pela crescente casta benzedora de fiéis votantes alçada às casas legislativas, consistórios do poder temporal... Sim, estará escrita pena fulminante pros hereges descrentes dos dogmas vendidos pelo empresariado da fé. 

George Alberto de Aguiar Coelho

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pra que serve o facebook


Eu acho que o facebook
Serve mesmo é ao Zuckerberg.
Se posta ruma de look
E coisa mil que não serve.
Se perde um bom emprego,
Se o que se diz, não se mede.
Sem falar nos espiões,
De olho na tal telinha,
Dando tua ficha e a minha,
Pros bandidos, pros ladrões.

George Coelho

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Não vi Vênus



Foto Nasa/Divulgação


Puxa vida! Acabei não vendo Vênus, ontem sobre o Sol. Também não era pra menos. A notícia era que o passeio de Vênus se daria à noite, hora esquisita pra se ver o sol. Mas espero, sinceramente, não perder a próxima oportunidade de ver Vênus, assim como saiu na foto aí de cima, em  2117.
Uma sobrinha minha me disse que se contentava só em ver de novo o cometa Halley, em 2061. Pelo Halley, não tenho tanta curiosidade assim, também já o conheço. Quando ele vier, será o de sempre, cheio de poeira de rodar estrada sideral tirana. Aliás já vi dois cometas.  Me recordo do primeiro, nos anos 1970, motivo do meu pai me acordar de madrugada, nos idos dos anos 1970. Morava numa casa com alpendre bonito na rua Solon Pinheiro, no centro de Fortaleza. O danado do cometa, do qual não me lembro o nome, apareceu pra mim todo deslumbrante e sem pressa, bem defronte do alpendre, que olhava pro nascente. Inesquecível o visto. Um pavão prateado no céu.
Já o Halley... Em 1986, me taquei pras bandas dum mato onde hoje é o Clube do Vaqueiro, nos arredores da capital. Fazia sentido a viagem, pois Fortaleza , já nessa época, era muito alumiada pra ver cometa. Chegando lá, muito escuro, fiquei com um olho no Halley e o outro no foco da lanterna, em espreita de bandido desalmado vindo do mato. Acho que não valeu a pena o desconforto, que o Halley apareceu fraquinho, fraquinho. Trágico foi o sucedido com os tripulantes da nave espacial Challenger. O foguete subiu cheio de gente da mais alta qualificação, inclusive uma professora primária, pra espiar o Halley sem o atrapalho da atmosfera e deu o que se deu. A Challenger explodiu como um bólido incandescente. 

George Alberto de Aguiar Coelho
Fortaleza, 6/6/2012



terça-feira, 5 de junho de 2012

Franchising da Fé

Os caras, auto-ungidos representantes espontâneos de Deus, não pagam nada-de-nada de impostos ao Estado alegando liberdade religiosa e preceito constitucional de imunidade tributária. Contudo, usam do espaço público, que são as concessões televisivas, para incutir sua discutível fé aos incautos e fragilizados emocional e materialmente, e também aos que não o são, que pensam assistir milagres, os quais não resistem a menor das menores investigação médica ou científica. TV não é portal de fé, não! Ter fé ou não ter fé é coisa individual, idiossincrática que não se deve impingir a ninguém, sobretudo usando canais que são públicos. Estado laico neles pro bem do Brasil!


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1099803-evangelicos-querem-vetar-proibicao-de-aluguel-de-horarios-na-tv.shtml

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Obras de Sísifo

Obras que se fazem e refazem continuamente como a pedra que Sísifo rola. De dia, morro acima e que, de noite, desce, pra que novamente Sísifo a retorne para o lugar de cima num perpétuo, enfadonho e cansativo moto contínuo. Calçadas e praças que vivem em reformas e se mantêm sempre esburacadas. Estradas, como a BR 116, trecho Itapajé-Sobral, para todo o sempre intransitável. Diabéisso? Por que não se a constrói de uma vez só de concreto? Pode-se usar aqui também o termo: obsolescência programada? Culpa sim dos administradores, mas o povo também tem sua parcela, e grande, de culpa. Assim, os óculos da estátua de Dona Rachel de Queiroz que fica na Praça dos Leões, por mais que se os coloque, são sempre furtados. As duas estátuas de Iracema - uma bela, a outra nem tanto - ambas na orla marítima de Fortaleza, são continuamente depredadas. Os bronzes de mais estátuas são derretidos pra serem vendidos no quilo. Tampas de bueiros arrancadas, escancarando perigosamente as vísceras da cidade. O Parque do Cocó invadido por construções que vão se chegando e se chegando e se chegando... Vôte!


http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2012/06/02/noticiasjornalfortaleza,2851239/obra-da-beira-mar-comeca-em-plena-alta-estacao.shtml

sábado, 2 de junho de 2012

A luz de Neon.


Descoberta, numa cafeteria de Los Angeles, uma luz de neon que está acesa há 77 anos. A lâmpada sobreviveu ilesa às reformas do local, terremotos e ao tempo. Também na Califórnia, na cidade de Livermore, ainda brilha, desde 1901, antiga lâmpada incandescente num quartel de bombeiros.

E eu que ontem tive de comprar 3 lâmpadas substituindo as antigas de dois anos atrás, imprestáveis hoje! Capitalismo brabo é esse que, pra gerar receitas constantes, obriga a tecnologia a regredir, injetando nos produtos tempo de vida limitadíssimo por mecanismos de autodestruição.

E se a gente olhar bem, é comum tais trustes da obsolescência programada fazerem discursos e propagandas em que se portam como adeptos do crescimento sustentável e de inovações tecnológicas que se destinariam ao bem estar coletivo e do meio-ambiente. Arre!