segunda-feira, 11 de julho de 2011

Yes, we have pterossauros

 O esquisitíssimo pterossauro (as asas chegavam a 4,5 metros) já deve de ter feito uns vôos rasantes pela serra de Santana, no Cariri cearense. Isto há uns 100.00 milhões de anos, antes de virar carniça, que o destino dele agora é outro. Virou celebridade nas mãos de Mark Witton, paleontólogo inglês, porque foi nomeado como nova espécie do gênero Tupuxuara. Ficou assim: Tupuxuara Deliradamus. O Deliradamus, coisa parecida com diamante louco, veio por conta dum buraco em forma de diamante que o réptil voador tinha no crânio, bem como da inglesia do Mark Witton Explico melhor: admirador de Pink Floide, se lembrou da canção “Shine on you crazy diamond”.

Inglês gosta de diamantes. Vê-se nos filmes e romances do americano Sidney Sheldon: mulheres belíssimas… e diamantes. Não foi à toa que se grudaram na África do Sul, onde foi descoberto o maior de todos: 1,4 kg. E quando desenterraram Lucy, em 1974, na Etiópia? Lucy foi o elo de ligação entre o homem e o macaco. Viveu há menos tempo que os Tupuxuaras: só uns 3,5 milhões de anos atrás. Embora não tenha aprendido a voar, a macaca-gente achou por bem ficar de pé e correr, que tigre faminto tinha de mais e árvore pra se trepar, de menos. Pois bem, na hora da descoberta de Lucy, a radiola dos gringos tocava “Lucy in the sky with diamonds” dos Beatles. Mas onde meteram o cabeça-chata Tupuxuara Deliradamus, e a etíope Lucy. Resposto. O primeiro repousa, na Universidade de Portsmouth (Reino Unido). Já dona Lucy está despida a olhos, e ossos vistos, no Museu de História Natural, em Nova Iorque. A gente sabe que existem umas leis no Brasil contra a saída de fósseis (na Etiópia deve de ter também). Porém, de Santana saem rumas deles pra país civilizado. Well! Sem compradores, esse comércio não existiria.
Mas, sem bulir mais com o alheio, o que eu queria mesmo é que se achassem mais espécies de pterossauros, fartos que são na região de Santana. Alíás, Tupuxuara vem do Tupi e significa espírito familiar. E queria também que os Mark Witton fossem brasileiros. Quem sabe, em vez de Pink Floid, não se homenagearia o Patativa, que é do Assaré, da serra de Santana. Ou o Luiz Gonzaga – que é dali de perto também, do Exú, – cuja mãe chamava-se Santana. Quem sabe não batizaríamos o novo pterossauro de Tupuxuara Patativa ou Tupuxuara Santana.
George Alberto de Aguiar Coelho
Postado em 15.09.2009 no http://www.crato.org/blogdocrato/?p=8403

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